A minha casa está em obras! – Raquel Santos

Obras em casa, que stress. Ninguém deve gostar do barulho ensurdecedor do berbequim a furar a parede ou do martelo a bater insistentemente no prego. As vozes grossas dos trabalhadores já irritam e o tempo parece que passa a voar e não se vê nada feito.

O suor já corre em bica pelos rostos cansados. As horas começam a apertar e o trabalho ainda não está finalizado. O pior mesmo é quando já se pensa que está tudo bem e afinal há um pormenor ou outro que não está. Ouve-se entre eles: “Ainda não dá! Tens de ir buscar mais massa!” Ou de vez quando, o material terminar e eles têm que se deslocar para ir comprar. Isto acaba por atrasar ainda mais. contudo, são imprevistos ao qual sabemos que pode acontecer.

Nestas alturas, parece que casa está toda desarrumada. Por mais que limpe ou arrume, acaba por ficar tudo do avesso minutos depois. Nem nos sentimos verdadeiramente cómodos na nossa casa. Agora, despida, desestruturada e a ser remodelada. É parecido com as pessoas! Quantas vezes temos que fazer obras dentro de nós próprios? Nem sempre estamos bem connosco próprios e vamos buscar um miminho, seja ele de carne e osso como apenas afetuoso. Muitas pessoas acabam mesmo por mudar de visual ( tal como na casa) e aos nossos olhos nem parecem as mesmas pessoas, contudo são. Apenas o aspecto exterior mudou.

Outras acabam por mudar tanto que até põem a sua vida em risco, levando a doenças que deixam marcas para a vida toda. E já estou a fugir ao assunto: Obras em casa!

Porque é que uma coisa parece tão simples e no mesmo minuto complica tanto? É por isso, que muitas vezes não valorizamos verdadeiramente a mão de obra como devíamos. As pessoas têm outras que fazem o seu trabalho e esquecem-se que essas estão a dar o seu tempo para “arranjar” aquilo que queremos. Não é fácil, eu sei, porque também estou num ramo parecido.

Custa desembolsar o nosso dinheirinho, mas dar o corpo ao manifesto também custa e bastante.

Já viram aquele programa “Querido mudei a casa”? Que espectáculo! A quantidade de pessoas que trabalham, ajudando-se umas às outras, para que, o produto final fique do agrado do morador, bem como, se rentabilize ao máximo o tempo. Um bem haja, a esses trabalhadores, que afincadamente esforçam-se para cumprir com o tempo que lhes é estipulado. Muitas vezes, o tempo é tão reduzido, no entanto, conseguem sempre finalizar no momento certo e com bons resultados. Eu não me importava de os ter cá em casa a fazer umas remodelações. Estes fazem trabalhos muito glamorosos e bonitos.

Agora? Agora não, estou ansiosa que estas obras terminem, porque quero a minha casa de volta!

Ai, obras, obras!!!

Crónica de Raquel Santos
Pequenos Desabafos