Sexta-feira, último dia da semana! Iupi, amanhã é fim-de-semana. Depois de um dia de trabalho sabe bem estatelar-se no sofá e ver um filmezito e lambuzar-me naquelas deliciosas pipocas.
Mas antes disso tive que preparar um saboroso e delicioso jantar. Enquanto estava de volta dos tachos e talheres, desviei o olhar para ver o que estava a dar no noticiário das 20h, de repente pareceu-me ouvir: Professores precisão de fazer um exame para ser admitidos, mas têm de ter mais de 14 valores.
Terá isto, alguma lógica? Então os professores andaram a estudar para quê? Agora por causa de um exame poderá por a sua carreira profissional em causa. Imagina que o professor ficava nervoso, sim os professores também podem ficar nervosos e chegarem ao exame e bloquearem, e depois? Não conseguem ter 14valores e já não podem dar aulas. Não há uma segunda hipótese como nos exames da escola?
Neste país todos nós somos rotulados por um número. Durante o ciclo temos notas de 1 a 5; passamos para o secundário e varia entre 1 e 20; para entrarmos na universidade também temos um número. Qualquer dia até os engenheiros também têm que fazer um exame para ser admitido no emprego. Pois e isto era lógico, uma vez que o exigem para o professor. O que é que o professor tem a mais ou a menos do que os outros?
Já é difícil arranjar emprego na área e ainda põe este tipo de impedimentos?
Ainda para mais, alguns deles são “mandados” para cascos de rolha e ficam longe dos seus entes mais queridos e da sua cidade natal. Já pensaram o que é uma mãe ser colocada a 200 ou 300 km de casa? Onde está a importância da educação em idade precoce, tanto valorizada por profissionais de educação. Cada vez se torna mais difícil ser professor com dignidade.
Se alguém vier ter comigo e disser que quer enveredar pela carreira de professor ou educador eu só lhe digo: Muda de área!
Crónica de Raquel Santos
Pequenos Desabafos
Olá,
Devo-te informar que os engenheiros têm que fazer um exame, ou vários, além de terem que prestar provas do seu trabalho durante 2 anos.
Os médicos passam por uma série de especializações até serem Médicos.
OS advogados têm que fazer o exame para a ordem senão não exercem.
Existem outras profissões do género e também existem aquelas que não necessitam de nada (acho que os arquitectos não precisam, por exemplo). Digo isto sem qualquer pesquisa prévia.
Acho que existem vários problemas no ensino que podem pegar mas não um exame de actualização de valências. Tal como é preciso prestar provas em intervalos de tempo pré-estabelecidos para continuar a exercer outras profissões, também concordo com este caso.
Problema mesmo é escreveres “Professores precisão de fazer um exame para (…)” – ‘precisam’, em vez de ‘precisão’. Assim, se calhar, percebo o facto de estares preocupada.
Desde já peço desculpa se fiz mal em te tratar por ‘tu’. Não é intenção alguma faltar ao respeito.
Desejo genuinamente um bom trabalho e boa sorte, também.
Luís
Ainda bem que o Luís referiu vários aspetos que eu próprio ia referir, nomeadamente nos exames e tempo de estágio para as Ordens. Pois é, existem muitas outras áreas que requerem avaliações para além de todo o período académico. Os professores são mais que os outros?
“Já pensaram o que é uma mãe ser colocada a 200 ou 300 km de casa?”
Qual o problema? Temo-nos que adaptar ao mercado de trabalho e desde sempre a carreira de professor exigiu abertura para estas deslocações, até um dia existir a sorte que os vinculava a uma escola mais perto, quiçá efetivar ao lado de casa. Outras profissões, pela oferta, obrigam a mudanças. Os professores são mais que os outros?
E Raquel, permita-me adicionar correções extra à que o Luís apontou:
“Então os professores andaram a estudar para quê? Agora por causa de um exame poderá por a sua carreira profissional em causa.”
Se utiliza o plural na primeira frase, na segunda também o deveria fazer e ficaria “…poderão por as suas carreiras profissionais em causa…”
“Qualquer dia até os engenheiros também têm que fazer um exame para ser admitido no emprego.”
“…para serem admitidos…”
“Já é difícil arranjar emprego na área e ainda põe este tipo de impedimentos?”
“…e ainda põem…”
Após isto é pertinente pegar numas das suas frases: “Terá isto, alguma lógica? Então os professores andaram a estudar para quê?”
Quero desde ja agradecer as vossas intervençoes pois sao pretinentes. E como se costuma dizer todas as pessoas tem liverdade de expressao e têm opinioes diferentes que devem ser respeitadas.
É obvio que todas as areas têm os seus “qs” mas a area da educaçao tem sido a mais falada recentemente.
Escrevi esta cronica nao para ferir nenhuma area em concreta, mas sim para mostrar o meu desagrado pela forma como estao a tratar os professores.
Ja nao é fácil arranjar emprego e com estas leis cada vez pior. Sei que nao é só na area da educaçao, mas é, a meu ver a area que esta pior!
Depois do que foi dito, encontrei mais esta…
“estatelar-se no sofá e ver um filmezito e lambuzar-me” > estatelar-ME, para concordar com “lambuzar-me”.
Já agora, no comentário anterior “pretinentes” é pertinentes.
Definitivamente, penso que ainda não viu o cerne da questão. Foram feitos vários reparos ao seu texto, devido a construções frásicas mal efetuadas.
Penso que o título se aplica bem neste caso: “MUDA DE ÁREA!”…