Mudam-se os tempos, mudam-se adequam-se as prioridades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Mudam-se as vontades, mudam-se as prioridades no acesso à vacinação COVID-19 definidas no Plano Nacional de Vacinação.

As recentes, visam promover a lugares ainda de maior destaque, titulares de cargos públicos que passam a constar no grupo que será vacinado antes de todos os idosos que vivem em Portugal mas fora dos lares.

São eles: autarcas, magistrados, deputados, funcionários da Assembleia da República, que se juntam a todos os outros que, à boleia das sobras no fundo do frasco, têm vindo a ser beneficiados do remédio milagroso que antes de o ser já era.

Juntou-se ao coro dos que discordam da adoção deste critério, Manuel Alegre, o histórico socialista, da opinião de que o aparelho governativo devia preocupar-se mais em salvar vidas do que a si próprio.

E quando um histórico fundador do Partido vem à tona criticar o PM, ganhamos legitimidade para questionar o rumo dos acontecimentos e perguntar se não andará António Costa a governar em contraciclo à vontade da maioria dos portugueses.

Ouve-se comentar em tom de censura por parte de cidadãos, especialistas, cientistas, à esquerda, à direita e só não podemos dizer que sobre o Governo chovem críticas vindas de todos os lados, porque precisamente de cima até costumam elogiá-lo.

Poderá o PM defender-se com o argumento de que são funcionários essenciais ao país, mas por mim, uns são essenciais sim mas à continuação em funcionamento da Máquina fiscal que cobra impostos; e outros à manutenção em funções dum estado burocrático, sedentário por não ir ao encontro das pessoas mais fragilizadas, e que faz do sedentarismo um modo de vida nada saudável.

E parem, por favor, de dizer que quando passar a pandemia tudo ficará bem, porque bem vistas as coisas, face ao compadrio, à incompetência e à política de interesses reinante, não é ficar bem, se voltar a ficar tudo exatamente como estava.