Mulheres – Rosa Parks

Racismo é baseado no preconceito, na discriminação e na opressão em relação às diferenças biológicas entre os povos, defende que diferentes raças devem ser categorizadas como superiores ou inferiores consoante as características físicas e culturais e particularidades comuns herdadas.

Rosa Louise McCauley nasceu a 4 de Fevereiro de 1913, no estado de Alabama, sul dos Estados Unidos. Devido à separação dos pais mudou-se para Montgomery e cedo começou a trabalhar como costureira. Casou-se em 1932 com Raymond Parks, membro de uma organização que lutava pelos direitos civis dos negros ( Associação Nacional para o progresso de Pessoas de Cor – NAACP ), onde Rosa se tornou militante.

E porque a vida acontece em momentos, no dia 1 de Dezembro de 1955, Rosa entrou no autocarro habitual, na Avenida Cleveland, na cidade de Montgomery e sentou-se nos lugares reservados para negros. O autocarro foi enchendo à medida que fazia a sua rota. Na paragem em frente ao teatro Empire várias pessoas entraram, duas ou três pessoas brancas ficaram de pé, para solucionar o “problema” o motorista mudou a placa de pessoas de cor para que estas se levantassem e dessem os seus lugares aos brancos, a lei assim o obrigava. Três negros levantaram-se, Rosa não, perante a negação e determinação de Rosa, o motorista chamou a policia e ela foi presa. Rosa foi acusada de violar o capítulo 6, secção 11, da lei de segregação do código da cidade de Montgomery, embora ela não se tivesse sentado nos lugares reservados para brancos. 

Três dias depois do sucedido, a 4 de Dezembro, foi convocado um boicote aos autocarros de Montgomery e periferias. O boicote dos mais de 40 mil negros durou 382 dias. Activistas de direitos civis, líderes religiosos, pessoas comuns, usaram o caso de Rosa Parks para a luta contra a segregação racial nos Estados Unidos. Em 1956, o Supremo Tribunal dos EUA mudou a lei ao tornar inconstitucional a segregação racial em transportes públicos. 

Um pequeno ( grande ) gesto de uma mulher aparentemente comum, num dia igualmente rotineiro, foi o primeiro passo para uma longa batalha contra a segregação racial, o racismo e a discriminação racial. Estamos em 2020, as notícias que nos assolam diariamente acerca deste tema são de total incompreensão para a maioria de nós, sessenta e cinco anos depois deste acontecimento negros são assassinados em plena rua, nas mãos de brancos cuja supremacia no fundo ainda persiste. O trabalho de Rosa não terminou, temos o dever e a honra de dar continuidade e voz a pessoas como Rosa Parks que tanto sofreram para que direitos e acções tão banais aos nossos olhos actualmente, fossem adquiridos justamente.

Alguns anos depois, numa entrevista, quando questionaram Rosa sobre o que sentiu naquele momento ela respondeu: “O meu corpo foi dominado por uma determinação, como uma colcha numa noite de inverno”. Esta determinação que Rosa descreveu, todas nós, Mulheres, temos, é absolutamente imprescindível que a usemos. Obrigada Rosa Parks!