Mundo Escuro – A banda

Mil novecentos e noventa e cinco. Ano comum. Um domingo de iniciação. Segundo o calendário gregoriano.

O ano das Nações Unidas para a tolerância. Em conformidade com a ONU. O ano do terramoto de Kobe, no Japão. E o ano clarificado dos Mundo Escuro.

Dança. Movimento de corpo. Ou de corpos. Ossaturas deambulantes. Passos cadenciados. Idas e vindas associadas a vozes de alma. Um objetivo comum. Porque a vida é para quem se atreve a lançar fins propósitos.

A banda Mundo Escuro emergiu de um bairro fluente. Caraterístico. Despojado de casas. E de milhares de respirares. Um conjunto de edifícios com nome de Sul Ponte. Margem Sul do Tejo. O evidente Pinhal Novo.

Tudo começou com o ambicioso projeto S.O.R (Son´s Of Rap). Os primeiros andamentos compostos por Da Kriminal, Darkness, Fantasma e Psycol Mantis. A força da determinação imposta pelos quatro elementos. Desde sempre. Influenciados pelo Hip-Hop e por todas as energias que os cercavam, o ato de exprimir era realizado com os meios que dispunham. Os conhecimentos alargaram-se ainda no decorrer do ano de noventa e cinco. Distinguiram relações com o emblemático DJ SAS. Uma espécie de bomba prodigiosa que rapidamente se transformou num elemento crucial para o desenrolar da banda. O nome para o quarteto fantástico chegou pelas mãos do famoso DJ SAS. Aconteceu numa visita ao bairro. Pouco iluminado, por sinal. Coincidências adotadas sem quaisquer discussões.

Há sempre gente dentro da gente. E foram várias as pessoas que cruzaram a vida dos Mundo. Umas mais profundas. Outras menos. Mas todas culminaram no crescimento dos envolvidos. E algumas ainda permanecem. Como o tempo. Ao longo do tempo.

Nos dias que correm a exclusividade da banda do mundo pertence a Anirac (MC), Darkness (MC), Fantasma (MC), André Botelho (bateria), Cláudio Rodrigues (baixo), Stelvia Almeida (back vocal), Yannik Deville (DJ). Os músicos convidados dão pelo nome de Xico Neves (guitarra), Pintas (percussão).

O escuro da rua. O Rap dos escombros. Das ruelas povoadas. Mas não só. O Rap é para os que se identificam com a igualdade. Para os sensatos. E para os loucos. Do Pinhal Novo para todo o planeta. Desafiar o futuro com um olhar sólido. Um olhar maduro. Um deslumbrar pautado pelos princípios básicos da cultura Hip-Hop. Sempre em constante evolução. Bebendo vários géneros. Degustando inúmeros saberes.

A discografia dos Mundo Escuro é recheada de êxitos. De salientar a “Mixtape Primeira Intifada – Margem Sul”, dois mil e doze. O aplaudido pela crítica “S.O.S Racismo”, também de dois mil e doze. Um EP construído com o apoio da instituição homónima. Ainda as participações no “Zona 4 Vol. II – Mixtape”, dois mil e doze. Descobertos pela “Sombra – Quarto Escuro – Mixtape”, dois mil e doze. O “Noticiário Periférico – Da Periferia Pra Net, Da Net Pra Periferia Vol. V – Coletânea”, dois mil e doze. E por fim “R.U.N – Portuguese Wave Vol. I – Mixtape”, dois mil e doze.

Cada concerto é uma emoção vivida. Um novo respirar. Um novo embalo do coração. Para o coração. E após vários momentos ao vivo e inúmeras presenças em televisão durante o ano de dois mil e doze, os sete incríveis decidiram que dois mil e catorze seria o ano de preparação de um novo trabalho discográfico. Abraçados à Music In My Soul (MIMS). A editora que também faz o seu Management.

Os prémios surgem de rompante. Os merecidos. Os inevitáveis. Os necessários para a continuação. Mais que muitos. Como é exemplo o “Festival Musa Cascais” (atuação no palco principal), dois mil e treze. O “Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal” (melhor banda para o público), dois mil e treze. E a edição número treze do “Concurso de Música Moderna de Palmela” (melhor letra e música), dois mil e nove.

Dois mil e quinze é um ano carregado de surpresas. O ano dos temas “A tua alma” e “Rap & Reggae”. A promessa do ano anterior. Dois singles que prometem agitar o panorama musical português. Duas composições que marcam pela reinvenção. Dois registos que procuram não deixar ninguém indiferente. A perspicácia das letras. A forma inteligente de comunicação. Num curto espaço de tempo. É notável. Duas canções que no fim encontram a devida solução. Através das carismáticas rimas invulgares.

Eu sou vontade de viver. Eu sou convicção. Eu sou motivação. Eu sou consciência. Eu sou Mundo Escuro.