Na Europa, tudo normal… – Nuno Araújo

Afinal, parece que o Euro não vai acabar, nem sequer a Grécia irá sair da zona euro, como muitos peritos economistas tinham previsto com as suas bolas de cristal. Samaras e a sua Nova Democracia venceram as eleições gregas (com 30%), com mais 3 por cento que o Syriza, de Tsipras (26,95). Com os socialistas do PASOK, Samaras irá formar governo frágil, porque terá no Syriza aparente adversário, que só poderá colher benefícios de um eventual agudizar da profunda crise em que a Grécia se encontra.

François Hollande venceu a segunda volta das eleições legislativas em França, pois o seu Partido Socialista francês obteve maioria de deputados (300 em 577 possíveis). Hollande apostou em apoiar a sua ex-mulher Sególène Royal, que perder a batalha de La Rochelle, o caso que abalou o Palácio do Eliseu, em que a actual companheira de Hollande apoiou através de mensagem no Twitter o dissidente socialista Olivier Falorni. No país também conhecido por“hexágono”, o maior derrotado não foi o partido UMP de Nicolas Sarkozy, que só obteve pouco mais de 200 deputados: foi, esse sim, a Frente Nacional da família Le Pen, que só elegeu 2 deputados e não conseguiu colocar Marine Le Pen como eleita.

Com estas duas situações relativamente novas na política europeia, Grécia e França, Portugal e Espanha debatem condições e condicionalismos da assistência financeira das Troikas. Mariano Rajoy não lhe chama Troika, antes lhe chama trocos para a banca. Passos Coelho diz, orgulhoso da sua obra de detonação do Sistema Nacional de Saúde e de privatização de tudo o que é público para estrangeiro fazer “negócio da China”, que não precisa de outras condições de ajustamento das contas públicas portuguesas – melhores condições, entenda-se. Pois bem, quando Passos Coelho atingir os seus objectivos, de atingir as metas ditadas pela Troika, terá apenas o que restar de um país devastado por uma das crises mais avassaladoras de um país com mais de 800 anos de história e com metade dos jovens desempregados.

Posto isto, resta-me dizer: Viva Portugal, Viva Cristiano Ronaldo! Aquele Leonel Messi pensava que ia ganhar ao apostar em que o Ronaldo não marcava um só golo no Euro 2012? Toma lá, que marcou dois!

Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana