Na República das Bananas, reina El-rei Costinha, o sabichão

Em entrevista a um canal, O PM António Costa faz o balanço da atualidade.

JORNALISTA (J) – Como está, Sr. Primeiro-ministro?

PM – Bom dia … quer dizer, boa noite. Isto já não é o programa da Casa da Cristina na SIC.

J – Boa noite. Lá em casa, alguns espectadores já estarão a pensar que a entrevista não começa bem, se começa com uma das suas contradições.

PM – Desculpe, não volta a acontecer. Antes de abrir a boca, prometo que prá próxima eu penso melhor.

J – Que futuramente prometem pensar melhor, deve ser também a opinião de algumas dessas pessoas que nas últimas eleições votaram em si e agora já não sabem.

PM – Os portugueses já deram ao longo de 9 séculos grandes provas de inteligência.

J – Confia que na altura de votar saberão o que fazer.

PM – E eu, o que fazer para convencê-las a votar … em mim.

J – As vozes críticas acusam-no deste segundo mandato ser uma espécie de covid: também não há meio de passar. Quer comentar?

PM – É uma comparação infeliz, mas fiquem descansados que se sair espero voltar numa terceira vaga dali a quatro anos.

J – Já que se fala nela, esta doença trouxe quebra de popularidade e levou a uma certa confusão no Governo, não acha?

PM – Não, acho que isso é mais na oposição. Por causa da máscara, agora quando alguém se auto-intitula líder da oposição, temos uma certa dificuldade em perceber à primeira se é o Rui Rio ou o André Ventura que está a falar.

J – mantém a confiança na Sra. Ministra da Saúde?

PM – Claro que sim. É uma profissional dedicada e reconheço-lhe na sua função uma eficácia superior aos 95% da vacina da Pfizer.

J – Não pensa em trocá-la?

PM – À vacina?! Só se for por uma nova de toma única, que se possa guardar à temperatura do frigorífico dos centros de saúde aonde guardam os iogurtes e possamos transportar numa marmita.

J – Referia-me à Ministra.

PM – Ah, não, não … temos toda a vantagem ter uma senhora no cargo. Tenho a certeza de que, por mais descontentes que andem os médicos e os enfermeiros, jamais se atreverão a tocar com um dedinho numa mulher, mas se for um homem já não sei.

J – Nenhuma remodelação governamental à vista, portanto?

PM – Não, mas estou a pensar mandar alguns nas férias estagiar com o dr. Leão no Ministério das Finanças, durante quinze dias. É o tempo de lerem, duma ponta à outra, os relatórios da atual situação financeira e perceberem que o dinheiro não chega para tudo aquilo que querem fazer.

J – Falou em dinheiro, gostaria de resgatar o Dr. Mário Centeno ao Banco de Portugal?

PM – Nem pensar, mas deixe-me tratá-lo carinhosamente por CR7 das finanças. É um produto da nossa formação e por isso espero que venha a render ao Governo uma percentagem do valor da transferência quando se mudar para o FMI, como esperamos que aconteça.

J – Sr. PM, deu o mote dos afetos. Falemos das reuniões semanais com o Sr. Presidente da República.

PM – Não gostaria de tornar públicos os assuntos que conversamos em privado.

J – Então talvez não queira saber que ele confidenciou a alguém, que discorda de quase todo o seu plano de desconfinamento.

PM – Fez muito bem contar-me, pode ter-se esquecido de contar, sabe? Anda muito esquecido. No outro dia, quase um mês depois é que me veio dizer que achou piada à ideia de que Rui Rio devia concorrer a PM mas era nas Ilhas Faroé.

J – Chegámos ao Plano de Desconfinamento. Um analista apontou falhas, disse que o que ele tem em comum com o Plano Nacional de Vacinação é ser tudo menos consensual.

PM – Olha, tem graça. Foi precisamente o que me disse ontem ao almoço o Sr. vice-almirante da Task Force.

J – E o que respondeu, Sr. PM?

PM – Que no caso dele era um sortudo. Em vez de ter 11 milhões de portugueses contra ele, só tem a percentagem dos idosos com mais de oitenta e os doentes prioritários que viram passar à frente deles na lista de prioridades prá a vacina, os chicos-espertos das sobras.

J – Será também o Sr. Vice-almirante a coordenar Task Force da testagem que vai ser criada?

PM – Não, prá testagem queremos alguém com provas dadas, que já tenha enfrentado um teste e tenha passado com distinção. Só saberemos com que nota o Sr. Vice-almirante passa o dele, quando virmos se conseguiu vacinar toda a população portuguesa até ao início do verão.

J – Por falar em vacinas, já levou a segunda toma da sua?

PM – Sim senhor.

J – E notou alguma reação adversa?

PM – Só da Sra. Enfermeira que estava toda aperaltada, até estreou uma bata nova e ficou revoltada de não ter aparecido ninguém das televisões para entrevistá-la.

J – Encara com preocupação que, face a um confinamento, o Sr. Presidente da República possa adiar as Autárquicas de outubro?

PM – Não. Preocupava-me muito mais era se viesse a saber disso pelos jornais, não fosse ter-se esquecido de contar-me a mim o que se tivesse lembrado de contar a alguém da oposição.

J – Certamente ele não se esqueceria, até porque há entre vós uma relação de grande proximidade, cumplicidade. Já ouvi que ele o protege como o a um filho.

PM – Não tem nada de mal. Estranho seria se, devido à nossa diferença etária, fosse eu a assumir o papel de pai.

J – Como decorre a presidência portuguesa da União Europeia?

PM – Com tantas coisas a acontecerem ao mesmo tempo: uma loucura … e olhe que não é a fazer piada com o estado mental da maioria dos portugueses que estão em teletrabalho em casa há um ano.

J – Recentemente o Ministro português dos Negócios Estrangeiros foi a Moçambique, por causa de Cabo Delgado. Vai conseguir pacificar as coisas?

PM – desejo-lhe o maior sucesso e, se for bem sucedido, vai como emissário especial  noutra espinhosa missão, que é tentar acalmar os ânimos exaltados do representante do movimento “a pão e água”, que como sabe declarou guerra ao Governo por causa do fecho forçado dos restaurantes.

J – Sr- PM, agradeço-lhe ter vindo …

PM – O quê?! Já acabou?! Logo agora que vinha preparado para responder a mais perguntas?! Veja, trouxe aqui tudo escrito, até fiz uma cábula nestas folhas.

J – Bem vejo, mas não pode ser, atingimos o tempo limite. Mas anda tão distraído ultimamente que até me faz lembrar um colega cábula que eu tive, que uma vez fez cábulas de Matemática para levar para uma prova oral de Português.

FIM