Não sei

O amor solicita inúmeros cuidados. O amor, feito carne viva, reclama litros de confiança, exímias doses de rejuvenescimento, paletes de lealdade, companheirismo, amizade, entre outros elementos fundamentais.

O amor não procede à sujeição aprovada. Mentira sublinhada. Sinto-me liberto quando estou contigo, ao teu lado. Quando estás presente, entrego-me na totalidade. Por ti, e a tudo aquilo que sinto; o afeto é maior, pelo teu olhar.

O amor não se atreve a ver com os olhos. A ousadia de amar vem do coração.

Pronuncio-te. Digo entre dentes o teu nome amaldiçoado. Absorves a janela do adeus. Acenas à mulher que caminha descalça. Felicitas o homem que fuma na beira da estrada. Sorris à criança que salta nas poças invernosas. E, por fim, despedes-te de mim.

Não sei. Não responsabilizo o passado. Amar também é deixar partir. Não oiço o teu coração. Não considero a tua voz. Não vislumbro o teu desapego. Não reparo nos teus gestos. Mas sinto sempre a tua alma. No fundo, o mais importante de tudo; a alma gigante que emanas peito fora.

O amor ardente existe. Nada é deixado à reflexão necessária. O sofrimento é algo absorto. Efeitos de sentir. Sentimentos feitos de experiências, desejos, olhares, e, sobretudo de vida.

Perdido em ti. Choro. Quero recordar-me do teu cheiro. Para sempre. Tornar a caminhar com os teus pés, poder advogar. Apenas voltar a ver-te. Choro um rio desembocado. Choro para não adormecer toda esta emoção que engrosso pela tua assiduidade tornada ausência.

Não sei.