Ninguém nos protege da Internet, antes pelo contrário

porcoNo mês de Janeiro ficamos a saber que enquanto dávamos uma fisgada num porco, os nossos dados eram distribuídos pelo mundo. Quer dizer, não era pelo mundo é só por aqueles que tomam conta de nós, que protegem a nossa liberdade e a nossa paz. E quem nos protege destes senhores?

São tantas, tantas informações que chegamos a pensar que é mito, que são teorias da conspiração, dignas da mais fascista ditadura, mas, na verdade, quase todas as formas possíveis e imaginárias de ter acesso à informação que temos nos nossos computadores, nos nossos telemóveis ou tablets, são possíveis e verdadeiras, e não puro mito.

Cookies e Malware 
Quantas vezes já entrou num site, sim aqui mesmo, e permitiu o uso de cookies? Um nome tão simpático para uma coisa que pode ser tão complexa.
Os cookies são pequenos dados, que contém informação sobre o seu computador, quando aceita este cookie essa informação fica guardada no seu browser, e quando volta a aceder ao mesmo site, esse cookie devolve a sua informação, onde estão registos dos seus dados anteriores.

Na maior parte das vezes, ou melhor, em sites fidedignos, este será o único papel de um cookie, facilitar a sua navegação. Por exemplo como neste site onde agora está a navegar, o cookie guardado aprende só um pouco mais sobre si, o que consultou, o que esteve mais tempo a ler, e devolve esses dados em formato anónimo e meramente estatístico. Mas como pode já imaginar, um cookie é capaz de muito mais do que isso.

Os cookies não podem conter vírus, nem instalar um malware. Ficou mais descansado? Não fique. Isto significa apenas que o cookie vai passar despercebido aos seus sistemas de protecção, e uma vez dentro do seu computador, caso seja programado para isso, pode enviar ao site de origem informações mais complexas, como os sites que costuma frequentar, ou passwords guardadas no seu browser. Claro que há “esforços” para eliminar este tipo de cookies, mas nada como evitar os sites menos fidedignos.

malware

Malware é uma ameaça pior do que os cookies. O Malware existe de várias formas, mas basicamente é um software malicioso. Pode ser um vírus, ou um  lobo disfarçado de cordeiro, e nessas alturas é que ultrapassa os sistemas de segurança. O Malware tem várias finalidades, dependendo daquela para a que foi concebido. Pode ser um simples vírus que simplesmente apaga a nossa informação, nada de mais, basta ter backups da informação, ou pode ser do tipo que me trouxe hoje aqui:
Spyware – Guardando a sua informação e encaminhando para um servidor, é possível enviar as suas passwords, números de cartão de crédito, etc.
Backdoor – Este tipo basicamente assinala o seu computador na internet para que alguém lhe possa aceder, e ai sim, copiando os seus documentos, as suas imagens, e aquele ficheiro de texto que tem no ambiente de trabalho com o nome de fácil acesso – “password bancos”.

Nesta altura o caríssimo leitor está a interrogar-se: “Será que quando o computador está lento, alguém está a copiar os meus documentos?” Não pense muito nisso, pode ser só do seu vizinho estar a roubar a sua internet.
Por falar no seu vizinho roubar a sua internet, lembra-se quando ligou pela primeira vez o seu computador à rede wireless de sua casa? O computador perguntou-lhe se se tratava de uma rede publica ou privada. De certeza que escolheu privada, porque afinal de contas a rede é sua… Pois bem, se escolheu que se tratava de uma rede privada, os seus documentos públicos são ainda mais facilmente acedidos se um intruso entrar na sua rede.

Quando ficamos a saber que a NSA nos espionava através de aplicativos, era nada mais nada menos do que Malware – Spyware, mas ainda mais complexos do que os que são conhecidos.

Há forma de nos proteger disto?
Não.
softwares mais complexos, que normalmente põem o nosso computador muito mais lento, que podem detectar saída de dados, intrusão de malware, mas mesmo esses só agem contra os mais conhecidos, e lembre-se “todos os dias fazem uma vacina, mas todos os dias surgem 100 novos vírus”.

Se pensou: “Bem vou desligar o meu PC da internet e acabou”. Lamento informa-lo que pode também não chegar. Já há rumores que é possível ver (não copiar) a informação que consta num computador, através da rede eléctrica. Lá está, mas não se preocupe, deve ser outra “teoria da conspiração” sem fundamento.

Like_1Vá lá postar no facebook a hora a que amanhã sai de casa, e onde costuma guardar o dinheiro, que os conspiradores estão todos offline.

Eu agora vou ligar ao Edward Snowden para irmos à embaixada de Cuba, ver se nos dão asilo.

 Artigo de Filipe Vilarinho