A nobreza de ser Mulher

Um dos filmes da minha vida é “A Fonte das Mulheres”, de Radu Mihaileanu. E, sendo eu homem, produto de uma família matriarca, composto de grandes e poderosas mulheres, fã confesso do género oposto, este vosso camarada cronista inclinar-se-á hoje sobre o valor que mais admira na Mulher: a sua natural nobreza!

Dizem que o verdadeiro carácter de cada um só se revela ante situações extremas e é, de facto, assim. É perante as agruras da vida e a maneira como lidamos com elas que manifestamos o que de melhor e pior temos. E é nesse contexto que a Nobreza das mulheres se revela, tornando-as no ser mais fascinante do Universo!

Os homens dizem-se mais cúmplices, mas apenas porque é-nos mais fácil sê-lo… a nossa visão das coisas é mais simplista e superficialmente confortável. Louvo isso, como homem que sou, confesso, mas reconheço que não será bem assim, por muito que o cliché se tenha instalado.
Às mulheres cabe-lhes a complexidade que lhes é inerente, genética e culturalmente. Se por um lado, isso pode dificultar de alguma forma a interactividade com as demais mulheres, por outro lado é também essa característica que as torna encantadora-mente nobres.

As mulheres, ao longo da História da Humanidade, foram sempre mais cúmplices, desenganem-se os que pensam o contrário. Uma cumplicidade que foi forjada no ventre materno daquelas que eram oprimidas e remetidas para um papel secundário nas sociedades das quais faziam parte.

Uma cumplicidade nobre, feita de sacrifícios silenciosos e mudos… uma cumplicidade nobre carinhosa, tranquila, mas firme!… Uma cumplicidade nobre que fazia com desprendidamente criassem os seus filhos (homens) sempre com amor, mesmo sabendo que criavam um futuro repressor da sua condição e género… mas nunca lhes falhou o amor, o carinho, os ensinamentos, na expetativa de que eles pudessem ser mais e melhor.

É dessa Nobreza que vos falo: A verdadeira nobreza de ser mulher!… Essa inatingível forma de viver que não implica, como vemos espalhado nas redes sociais, a revolução/imposição sexual pela queda dos valores que tornam a mulher nobre e especial, mas sim o oposto.

E, por favor, não me interpretem mal… não pretendo fazer entender com isto que as mulheres devem ser submissas no silêncio de um qualquer recanto, não… pelo contrário! O que quero dizer com isto é que as mulheres nascem e morrem com essa nobreza dentro delas… Não necessitam de agir como homens (supostamente) para se superiorizarem. Mas entendo também que as revoluções foram feitas de atos extremos, para que se pudesse atingir a normalidade!

Posto isto, fica esta ode, em jeito de crónica, para todas as Mulheres das quais a História não fala, aquelas que forjaram e forjam essa nobreza no seu dia-a-dia e que trouxeram este Mundo às costas permitindo-nos a nós – homens – ter a honra de o partilhar, não atrás, nem à frente… a seu lado!