Notas (rejeitadas) de uma Tese de Mestrado – Viriato Queiroga

Nota 1: esta crónica trata-se de uma compilação de textos rejeitados (por serem reflexões externas à minha pesquisa) para a Dissertação de Mestrado;

Nota 2: este texto foi originalmente escrito em inglês, portanto as traduções poderão não fazer qualquer sentido

Nota 3: referências foram retiradas

Nota 4: Trata-se de uma partilha em jeito de reflexão

Nota 5: O texto em si encontra-se em itálico

Nota 6: Os meus comentários encontram-se em letra normal

Nota 7: Adoro assoberbar os meus caros leitores com notas inúteis.

Caro leitor,

Antes de mais, deverá estar ciente sobre o que esta dissertação não trata (…). Peço-lhe desculpa por todas essas tretas que, de um ponto de vista de uma pessoa normal de nada servem para além de complicar a sua já difícil vida: como sabe, nós, investigadores, temos muito o hábito de tentar alcançar algo mais que o sensível, trata-se da questão essencial, da ambição maior, a persecução da Verdade, na certeza da inalcançabilidade desta (juro-lhe que soava muito melhor em inglês…).

Peço-lhe que olhe para a Esquerda e que de seguida, olhe a Direita: seguiu as minhas instruções? Provavelmente sim.

(…) Como pseudo cientista que sou devo dizer-lhe (e com algum futuro marasmo da sua parte, embora eu esteja extremamente divertido só de pensar na possibilidade) que foi demasiado inocente em seguir estas instruções.

O estudo da Ciência (e da Filosofia) envolve uma atitude desconfiada perante o Mundo. Uma atitude de desapego ao material, imaterial, emocional, e familiar. Trata-se de uma pequena visão sobre uma temática que nos diz respeito, como se fôssemos crianças apaixonadas, redescobrindo o ambiente que nos rodeia. No meu caso optei por analisar (…) devido a questões, não só inerentes ao estudo da área que me diz respeito, mas também pela mera curiosidade.

Entendo não entender o Mundo que me rodeia. Entendo, também, que o mesmo é extremamente vasto. Reconheço, também, que o tamanho deste mesmo Mundo é multiplicado 7 biliões de vezes, ao tomar em consideração a existência dos meus pares, pelo que, na sua essência, este estudo contribui, tão só, para compreender apenas um pouco melhor aquilo nós, a Humanidade, somos.

Diz-se que a escrita de uma tese/dissertação representa uma vontade de mudar o Mundo através do conhecimento. Seria uma grave mentira se eu negasse que eu sou diferente nesse aspeto (…) mas seria ainda mais profunda se lhe contasse que não apresenta falhas:

– Falta de arte,

– Falta de pensamento,

– Falta de conhecimentos,

– Falta de lógica,

– Falta de muito, e falta de pouco.

Sim, muitos são os erros cometidos ao longo da escrita (e pesquisa) de um trabalho que se quer científico.

Mas há uma componente que continua inerente ao desenvolvimento da mesma: Determinação.

É ela que nos garante, simples estudantes, que as nossas faltas não são acometidas ao mero esquecimento de um documento administrativo com a nota “INCOMPLETO”.

É esta que nos faz persistir na esperança de um futuro melhor. E é ela que em última análise nos faz refletir… Uma luz ao fundo do túnel está disponível para a nossa insistência enquanto trabalhadores.

Quase como uma ideologia, lutamos por aquilo que faz parte de nós.

Quase como um facto, acabamos por escrever aquilo que nos vai na alma.

 

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