Nunca se metam entre uma mulher e as suas almofadas!

E cá estamos nós, uma vez mais, para o momento “humorístico” da semana (e coloquei humorístico entre aspas visto que de humorístico isto tem muito pouco…). Hoje irei falar-lhe sobre algo muito trágico que me aconteceu este fim-de-semana: a aquisição de umas almofadas – decorativas – para colocar em cima da cama.

Antes de mais permita-me que lhe faça uma questão: sabe para que é que aquela porcaria serve? Para dormir não é, certamente! (Ai de mim que tente encostar a minha cabeça em cima de tal preciosidade…Ainda a babava e aí era o divórcio na certa.);
Para nos encostarmos também não. (Diz que as almofadas perdem a “fofinhice” caso as usemos como apoio para as costas.);
E para colocar no colo, para servir de base para o portátil, muito menos. (Preservar os espermatozoides, tudo bem, mas desde que não seja com as almofadas novas.);
Ou seja, servem apenas como enfeite, ora da colcha, ora do chão.

(E posto isto irei retornar à minha história…)

Aproximadamente há 2 meses atrás dirigi-me a uma famosa loja de “traquitanas e bugigangas” situada no Freeport. Uma situação corriqueira não fosse a minha mulher ter-se apaixonado por um edredon. Peço desculpa, pel’O Edredon ideal para a nossa cama. Visto que o raio do edredon até custava um terço do preço dos outros todos que tínhamos visto até à data, lá acabamos por trazer para casa o cobertor com nome chique (aka O Edredon). O problema foi depois, quando a senhora da loja nos disse que não tinham as almofadas condizentes….

(Intervalo para todas as senhoras poderem “pânicar” à vontade enquanto digerem tão trágica notícia…)

«O drama, a tragédia, o horror da decoração…» Para mim a ausência das almofadas era-me completamente indiferente. Aliás, por acaso até me fazia diferença! É que cada um daqueles bocados de tecidos esponjosos ainda custava €10. E, parecendo que não, com €20 já se faz uma bela de uma petiscada. Mas para a minha mulher, ter uma edredon sem almofadas, era quase tão trágico como a crise na Crimeia ou o sumiço do avião na Malasia e nem a promessa de uns pipis no “Manel da Galega” a demoveram de comprar o raio das almofadas…

Mas felizmente, para o bem da Nação (e meu), a senhora disse-nos que as almofadas ainda estavam para vir… Não se sabia era quando. Porreiro! Pensei eu, agora bastava-nos apenas fazer a reserva e aguardar. Assunto resolvido. (Santa inocência a minha…) Semana após semana a minha mulher perguntava-se se as almofadas já teriam chegado, se a senhora da loja se teria esquecido de nos avisar, se teria escrito mal o nº do telemóvel, se as teria vendido a outras pessoas… Enfim, todo um rol de suposições que deram origem a 2 telefonemas para a loja, 3 pesquisas em outras lojas do Gato Preto e uma quase aquisição de outras almofadas na Moviflor (e digo quase aquisição pois sabia que o facto de adquirir as desta loja, não iria demovê-la de comprar as outras. E eu traço o meu limite nas 2 almofadas decorativas!).

Mas eis que… Quando menos se esperava oiço: “Amor, amor, chegaram as nossas almofadas! Yupii! Yupii!” – Parecia ela uma criança exultante na véspera de Natal. (Escusado será dizer que o telefonema foi recebido na 6ª-feira à noite e no sábado já eu estava eu a caminho do Freeport.)

Mas algo de estranho aconteceu no instante em que a minha mulher viu as almofadas. Eu acreditava piamente que o encontro da minha esposa com as almofadas seria algo digno de uma cena romântica de um livro do Nicholas Sparks, no entanto ela olhou para as ditas cujas e disse: “AH! Mas são iguais à colcha!” Ao que eu retruquei: “Então mas se são as almofadas do edredon, não é suposto serem iguais?!?” Mas assim que acabei de proferir tais palavras, arrependi-me logo. Levei uma ensaboadela de 30m sobre os efeitos do contraste de tecidos, texturas, tonalidades, “dégradés” e artes milenares do Feng Shui, sobre como se decorar uma casa…

Resumindo e baralhando. Homens deste país. Deixo-vos um conselho: não se metam na decoração dos vossos quartos. Se precisarem de alguma coisa para colocar em cima da cama comprem um cobertor. Faz exactamente o mesmo efeito, é bem mais quentinho e a probabilidade de terem de comprar almofadas a condizer é muito mais diminuta!

Adeusinho e até para semana pessoal!

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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