O coelhinho da Pascoa e uma noite de sexo – Sandra Castro

Esta história altamente sexual foi contada em primeira mão por uma amiga minha. O que descrevo a seguir aconteceu na fatídica noite de 30 de Março de 2012, e é a prova que nós todos precisávamos de ter: O coelhinho da Pascoa existe! E sem mais demoras passo à história em questão, que os leitores devem estar a ferver de curiosidade para saberem o que é que o coelhinho da Páscoa tem em comum com uma noite de sexo? Mas quando começar o desenrolar desta historia mirabolante os leitores vão perceber lindamente.
Era uma vez…
Um coelhinho da Pascoa…
Não, estou a brincar, não é assim o inicio desta história. 
 
(Contado na primeira pessoa)
Dia 30 de Março de 2012, 23 horas e 15 minutos
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Hoje está uma noite quente, tem chovido muito desde que iniciou a Primavera, mas hoje está uma noite calorosamente agradável.
Ainda pensei em ir dar uma volta, beber um copo ou tomar um café com as amigas, mas hoje estou ligeiramente amarga por isso resolvi ficar em casa.
Quando cheguei do trabalho empanturrei-me de amêndoas, um pouco de cada…de fruta, chocolate branco, chocolate negro…soube-me bem, mas o que me apetecia mesmo era dar uma keka, ou quem sabe até duas. Uma valente keka, daquelas kekas que recordamos para toda a vida. 
Hoje estou muito carente, por isso comi as amêndoas. Precisava de uma companhia, sinto-me sozinha nesta casa vazia, neste quarto enorme. 
Estou há vários meses solteira. Actualmente está difícil a vida de solteira, os homens são péssimos na cama e ainda piores como companhia.
E se contratasse um prostituto só para esta noite? Uma keka em posição de missionário e um felácio não deve ficar assim tão caro. Pago-lhe e depois vendo aquele anel de comprometida que um palhaço me ofereceu o ano passado. Pensando melhor, é uma péssima ideia.
E se eu ligasse ao meu colega de trabalho? Ele é muito feio e veste-se mal, mas sempre que eu passo por ele, ele olha de cima a baixo com olhos de papão. E o que importa ser feio? Depois de cinco copos de vinho ser feio é o que menos importa! Não, também não é boa ideia. Imagina se o feioso se apaixona por mim? Que é o mais provável! Depois não vou ter sossego no trabalho.
Ah, já sei! Vou até à varanda da sala, só de robe e meias de liga vestidas, de certeza que o jeitoso do vizinho da frente, que está sempre à janela com o seu notebook, vai reparar em mim. Damos uma e cada um segue a sua vida! Oh pá, ele é casado, concordo que a mulher dele é um trambolho, mas depois de consumido o acto ia ficar de consciência pesada.
Ok ok, vou usar o ultimo recurso: Vibrador. Tiro-o da gaveta dos fetiches, ligo-o..oh porra, não tem pilhas! Bela hora para não haver pilhas nesta casa!
Ai meu santo Agostinho, estou tão carente hoje, tão desejosa de fazer amor com alguém que desconfio que se caísse do céu agora mesmo, directamente para o meu quarto, o coelhinho da Pascoa eu deitava-o abaixo!
(Catraxapum Catraxapum).
Ai meu Deus, que barulho foi este?
– Ola! Eu sou o coelhinho da Pascoa!
– Só posso estar a sonhar!
– Não, não estas princesa, eu sou o coelhinho da Pascoa e vim dar-te aquilo que desejas esta noite!
Se não estou a sonhar nem estou pedrada então vou aproveitar, que se lixe!
O coelho aproximou-se da minha cama, ajoelhou-se e começou a beijar-me lentamente o pescoço…primeiro fazia cocegas mas depois senti um prazer perverso.
Lentamente tirou-me o robe e começou suavemente com as suas patas felpudas a acariciar-me o corpo…sim, eu estava a gostar…e estava a gostar muito.
Extasiada de prazer disse-lhe sussurrando:
– Tira a roupa coelhinho, peço-te.
– Eu estou sempre nu, gostosa!
– Ui, coelhinho, é só isto que tens para oferecer?
– Não olhes com desdenho para o meu órgão sexual princesa, quando a noite acabar vais ver que ele faz milagres.
– Coelhinho não tens um segundo nome ou um nickname? É que chamar pelo teu nome na hora do bem bom é capaz de me tirar o apetite, corta o ambiente, não sei se entendes.
– Claro que entendo boazona, o meu segundo nome é Pascácio. Coelhinho Pascácio.
– Pascácio? Cruzes! 
– Mas tenho um apelido da praxe, sou o Coelhão.
– Coelhão? Menos mal, na falta de melhor vai ter de servir!
– Coelhão, deixa-me sussurrar-te ao ouvidinho: Vais-me levar à lua? Eu preciso tanto mas mesmo tanto dum orgasmo hoje!
– Eu vou até aonde tu deixares…
Fizemos amor uma vez, duas vezes, três vezes e acabamos já era quase de manhã, completamente exaustos. Tive orgasmos em todas elas e senti-me arrebatada por aquele ser felpudo e fofinho.
– Coelhão? 
– Sim paixão?
– Costumas fazer isto muitas vezes?
– Sinceramente princesa? Não…esta é a minha primeira vez! Já curti com muitas coelhinhas mas com um mulherão a serio é a primeira vez!
– E gostaste, coelhão?
– Adorei cada minuto!
– Não vale a pena pedir o teu numero de telemóvel pois não, coelhinho?
– Quem sabe na Pascoa do próximo ano eu faço-te uma visita como esta.
– Quem sabe coelhinho…
                                         
 Fim
 
Caros leitores, só nos resta aguardar com grande ansiedade se, este ano na noite de 30 de Março, a minha amiga vai ter a visita do seu fiel amigo, o coelhinho da Pascoa.

Crónica de Sandra Castro
Ashram Portuense