O mundo (des)encantado das mulheres insatisfeitas

Já lá vai o tempo em que, num casamento, a mulher e o homem tinham papéis e missões diferentes na relação. O homem, anteriormente visto como o ser mais forte do casal, servia apenas para trabalhar, beber uns copos no bar com os amigos após a jornada laboral, chegar a casa, jantar, acasalar e adormecer que no dia seguinte tinha de voltar à árdua vida laboral para assim colocar dinheiro em casa. A mulher, por sua vez, supostamente tinha a vida mais facilitada porque, segundo a sociedade em geral, era vista como o ser mais fraco do casal, que tinha como missão apenas ser “dona de casa” e “mãe a tempo-inteiro”. E, no meio de uma vida “super facilitada”, ainda tinha de ter o jantar pronto para o marido quando este chegasse a casa e estar sempre disponível para satisfazer as necessidades sexuais do seu esposo, sempre que ele estivesse predisposto a tal.

Actualmente, o paradigma mudou. E tanto as mulheres como os homens têm de agradecer que assim o seja. Apesar de ainda existir um longo caminho pela frente, a verdade é que os direitos das mulheres têm vindo a ser, aos poucos, reconhecidos e validados. E bem. E os homens, que antigamente teriam uma vida mais facilitada, são hoje pessoas mais envoltas e impregnadas do espírito familiar. Para além de trabalharem — tal como as mulheres, positivamente de forma igual — passaram a ser, também, pais a tempo inteiro e até “donas de casa” — e, neste ponto, reforço uma vez mais que estou completamente de acordo, visto que, se em pleno século XXI as mulheres ainda fossem desvalorizadas como nos tempos dos nossos bisavós, então o mundo não tinha progredido e estaríamos par-a-par com os dinossauros, no que à evolução diz respeito.

Mas passados todos estes anos — e toda esta evolução — dou por mim a crer que a mulher tem vindo a adquirir uma espécie de espírito vingativo em relação aos homens. Porque, apesar da positiva disponibilidade que os homens aparentam apresentar para a lide da casa e outras tarefas em casal, a verdade é que, perante a mulher, tudo é feito de forma errónea, mal elaborado e realizado sempre com pouca vontade. O homem pode chegar a casa cansado do trabalho, cansado de aturar pessoas maldispostas e com mau carácter, mas ainda assim imbuído da missão de ajudar a mulher a fazer o jantar, a colocar a roupa na máquina, a dar banho aos filhos, a varrer o chão e outras coisas mais, mas, segundo a mulher, nunca nada fica bem feito. Aparenta pairar no ar uma espécie de vendetta pessoal da mulher para com o homem.

Existe sempre uma piquena implicação, um reparo a fazer: ou porque não se coloca assim a louça na máquina; ou porque não se prende assim a roupa na corda, sem antes dar um safanão na mesma; ou porque o chão não se lava com água fria porque assim leva mais tempo a secar e não devias ter usado o mesmo detergente para os diferentes tipos de chão da casa; ou, até, porque usamos demasiado sal na comida e não se faz uma omeleta apenas com ovos e sal, sendo que assim não vai ter sabor nenhum, para além de que não tem nada bom aspecto.

Ao fim ao cabo, os tempos evoluíram, é certo, mas a mulher não está a saber aproveitar esse facto, para além da necessidade intrínseca de se vingarem dos seus antepassados femininos — azucrinando por completo o cérebro do homem até à sua exaustão, até se desenvolver uma espécie de papa que leva o homem, por vezes, a ter atitudes menos racionais. O nível de implicância é, por vezes, tão forte que a mulher chega ao limite de apontar o dedo à incapacidade do homem em produzir filhos normais, quando os mesmos começam a dar dores de cabeça por volta da idade da adolescência.

Mas, apesar de todas estas incapacidades do sexo masculino, a mulher consegue reconhecer que, o homem de hoje, tem o superpoder da disponibilidade de ser o seu saco de boxe pessoal — o que parecendo que não, na verdade é, de facto, uma tremenda evolução dos tempos…