Diz que… – O Natal e os maquinistas

Também eu fui um dos afectados pelas féri… ups, greve dos senhores maquinistas da CP.

Eu não sou contra a greve. Acho que é um meio que deve ser usado para fazer valer os direitos dos trabalhadores. Mas deve ser usado com conta e medida. E deve ser sempre a última opção, quando mais nada funcionou.

Não é o que tem acontecido. O que temos visto é que as greves têm funcionado como primeira opção. “Não nos dão isto, fazemos greve”.  E isso está a descredibilizar todos os trabalhadores e organizações sindicais. Porque o que começou por ser a última das formas de luta contra aqueles que atentam quanto aos direitos dos trabalhadores, é agora visto como uma forma de não trabalharem ou de chantagearem o patronato para ganhar benefícios sem o merecerem. Justificadamente ou não, é essa a “fama” que sucessivas greves têm provocado na opinião pública.

Assim como esta greve dos maquinistas da CP, há muitas greves cujo motivo, como se diz na gíria popular, “não lembra ao menino Jesus”. Pelo que li na comunicação social e no comunicado do Sindicato (SMAQ) – embora confesse que este último só li na diagonal – a greve deve-se ao facto de a CP ter instaurado processos disciplinares que, segundo o Sindicato, são ilegais. Ora até onde vai o meu

conhecimento, as questões ilegais devem ser tratados em processos judiciais, não através de greves. Imaginem o que era deste país se, sempre que houvesse disputas, fossem resolvidas com greves.

 

 

Aproveitando a oportunidade de vos estar a escrever nas véspera de Natal, aproveito para desejar a todos, quer festejem ou não esta quadra, boas festas, junto daqueles que mais amam.

 

Crónica de João Cerveira
Diz que…