O “velho continente” já se tinha habituado a ver situações de tensão de longe. Desde o conflito nos Balcãs que não a Europa não se via perante uma situação de conflito grave. Agora surge o problema chamado Ucrânia.
Putin não quer perder a influência que tem sobre a Ucrânia. E joga todas as cartas, uma delas absolutamente demolidora: o fornecimento de gás. Ou Kiev alinha ou fica sem fornecimento de gás. Não que precise de muitos argumentos, pois o actual governo ucraniano já provou ser pró-Rússia.
Mas uma coisa é o governo, outra são os cidadãos ucranianos. A maioria quer a aproximação ao ocidente, à União Europeia e o consequente afastamento do leste, da Rússia. Moscovo representa para a maioria dos ucranianos a continuação de um situação muito difícil, economia e politica debilitada, com muita corrupção, algo que querem que, progressivamente, se torne passado. Algo impossível perante a influência de Putin. Completamente antagónica é a aproximação ao ocidente. Não que a União Europeia esteja isenta de situações, digamos, eufemisticamente, difíceis de explicar no que respeita a jogos de interesses, mas vive-se a cultura democrática, do desenvolvimento económico, da (sempre difícil) correcção orçamental e, porque não, da defesa dos direitos humanos.
Os ucranianos não desistem de mostrar que querem aproximar-se da UE mas, para (grande) sorte da Europa, fazem-no de forma pacifica. Já vimos que não se importam de passar frio, muito frio, para defender os seus ideais. Mas agora o governo decidiu convocar um comicio pró-governo (e, consequentemente, pró-Rússia), a poucos metros dos manifestantes pró-UE. Faz lembrar o muro de Berlim, com apoiantes do ocidente de um lado e apoiantes dos soviéticos do outro. O muro de Berlim está de volta, mas deslocado?
Crónica de João Cerveira
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