Eu e o +opinião juntos há um ano – Sandra Castro

Leitores, faz este mês um ano que colaboro com o site mais opinião. E achei engraçado escrever uma crónica sobre as crónicas que mais prazer me deram escrever, e a história por detrás desses temas.

Conto-vos com detalhes bem sórdidos, para que não vos aborreça, o dia em que me candidatei ao anuncio.

Estava um dia chuvoso de Outono, o vento soprava forte e eu estremecia de frio. Cheguei a casa depois de mais um dia de trabalho intenso e liguei o computador. Fui ao site vasculhar empregos em algumas áreas e encontro…tcharam: Procura-se escritores, pessoas que gostem de escrever e bla bla bla. Fiquei intrigada com a parte do bla bla bla e resolvi candidatar-me! Depois de uma selecção rigorosa dos candidatos, mais de dez mil ouvi dizer, dividiram os mesmos em duas categorias: os catedráticos, formados, e os malucos que não têm aonde cair mortos. Claro que fiquei no segundo grupo!

Houve uma pré-selecção, enviei a minha crónica (tão foleirinha, sejamos honestos), escrita a lápis no meu caderninho da loucura, e algum tempo depois (tempo suficiente para achar que já não ia receber o tão desejado sim), recebi o e-mail do nosso editor. Fui seleccionada! Cantei, chorei, dancei e até fiz a espargata…não, não fiz, mas só porque não consigo.

A minha primeira crónica foi publicada: Os trolhas e os piropos. Nesse dia informei os familiares, amigos e conhecidos para que visitassem o site mais opinião e lessem as minhas crónicas. Deram-me os parabéns, mas tenho serias duvidas se foram honestos.

Seguiu-se Era uma vez um casal feliz e contente , que me deu um gozo enorme escrever! Cada palavra, cada risada…com base na realidade de todos os casais que estão juntos há alguns anos.

Procura-se homem a sério foi a histeria masculina! Os cavalheiros não estão preparados para ouvir o que as mulheres pensam. É que as mulheres pensam e muito, e ainda bem que assim é! Um  pequeno detalhe, gostei do comentário que um cavalheiro escreveu: o meu lugar é na cozinha! Concordo senhor…na cozinha e não só!

A crónica Carta de uma mãe para o filho foi escrita com o coração, ao som dos The gift com a música Primavera. O ultimo paragrafo ficou na memoria:

Trata sempre bem as mulheres, se as fizeres felizes elas também te farão feliz. Se fores homossexual, o conselho é o mesmo, e não te sintas mal por gostares de pessoas do mesmo sexo que tu, o amor existe de várias formas e todas elas são verdadeiras. Sê forte e persistente, e quando estiveres triste lembra-te de mim, da tua mãe…nunca, mas mesmo nunca te esqueças que eu amo-te, meu filho!”

Depois de casar, fica tudo azul, surgiu numa curta conversa com um cliente que disse esta mesma frase depreciativa sobre o casamento. Em resumo, dei umas dicas aos leitores como organizar um casamento, para que a cerimonia não fosse uma pimbalhada, cheia de primos e tios bêbados que nunca ouvimos sequer falar.

Adorei escrever o artigo caliente O coelhinho da Pascoa e uma noite de sexo, assim como Cidália, a viúva quente, tema sempre interessante e susceptível de originar noites também elas calientes.

As crónicas O jeitoso do talho e A Carência dos homens casados foram baseados em historias reais, que fui ouvindo aqui e ali ao longo da minha vida adulta. Infidelidade é um tema difícil e muito pessoal, e por isso mesmo, deve também ser abordado com humor e sarcasmo.

Confesso que a crónica que mais gostei de escrever até hoje foi As mães também choram, eu chorei desde a primeira linha até a ultima. Escrevi para todas as mães de coração e alma. Escrever sobre o que já vivemos pode ser doloroso, mas é uma forma fantástica de sararmos as nossas feridas. E não há dia que não me lembre do comentário que uma leitora fez aonde escreveu simplesmente: Obrigada.

E aproveito as ultimas linhas para agradecer ao editor Filipe Vilarinho pela oportunidade que me deu de fazer e partilhar com as pessoas uma das coisas que mais amo: a escrita.

E aos leitores, que me têm acompanhado ao longo deste ano de grandes mudanças pessoais que, inconscientemente, acabaram por se reflectir nas minhas crónicas, o meu muito obrigada! Um dia destes um cafezinho…quem sabe?

Crónica de Sandra Castro
Ashram Portuense