Borboletas na barriga!
Foi isso que senti uns dias antes de ir pela primeira vez para a escola, Isso e medo, tanto que não queria ir!
A minha mãe dizia que a policia me vinha buscar a casa se eu não fosse e eu acreditei, resignado à minha sorte, preparei-me o melhor que pude!
Os meus pais encheram-me de mimos, uma mochila do Sport Billy, lápis, borrachas, material de picotar e o suave cheiro de livros novos, que bom era esse cheiro, livros ainda sem orelhas e sem marcas do desgaste do tempo!
O dia chegou…chorei, chorei tanto, ia ficar sem a minha mãe e no meu pensamento era para sempre!
Percorremos todo o caminho a pé, estava a tentar ser animado, sem sucesso, via a minha casa cada vez mais longe, ia para um sítio novo, não conhecia ninguém, era mau, tão mau.
Chegados à escola, a minha mãe largou-me a mão e disse: “Porta-te bem e não tenhas medo vai correr bem!” encolhi os ombros e entrei, segurei as lágrimas, a professora estava à entrada e a medida que íamos chegando ela mandava-nos sentar, lembro-me de olhar em meu redor e ver as caras de medo, alguns a fazer um snif snif porque tal como eu, choraram.
Depois de breves apresentações, a professora disse para irmos para o recreio brincar um pouco, e nós la fomos, envergonhados fomos conversando e brincando durante algum tempo, ali naquele instante soube que estava tudo bem, não era preciso ter medo!
A professora veio até cá fora, como que a sondar a personalidade de cada um, as meninas rondaram-na logo enquanto que nós rapazes já estávamos a desbravar uma pequena bola de capão!
“É hora de ir para dentro, vamos fazer uma coisa engraçada!” Disse a professora.
Lá fomos, picotar (não sei se se lembram) um desenho sobre uma esponja e com uma espécie de agulha fazíamos furos no desenho!
Entre risos e brincadeiras o fim da tarde chegou, os nossos medos dissiparam, e estávamos ansiosos pelo dia seguinte.
Grandes amizades nasceram e muito aprendemos, eu não sabia, mas aquele que foi o primeiro dia do resto das nossas vidas!
Não se esqueçam de recordar e sonhar porque a vida é feita de sonhos!
lá está… tens aquele poder de identificar o leitor ao conteúdo das tuas crónicas! adorei, camarada! 😉