O Princípio Utópico da Sinceridade – Patrícia Marques

Segunda-feira passada, dia de escrever a minha crónica no Mais Opinião, poderei dizer que me senti a pior Pessoa possível. O diretor do +Opinião, Filipe Vilarinho edificou algumas estruturas e acordos com os demais autores que, a meu ver, devem de ser cumpridos.

De facto, iludi-me na auto-promessa de escrever um artigo sobre um determinado assunto, e as palavras não saiam, não passavam. A informação entrava pelo televisor, pela rádio, pelo diálogo, e eu, tentava chegar ao assunto que gostaria de ver transmitido, mas não conseguia.

Depois pensei: “ frustrante o querer escrever e as palavras nos ficarem a meio por reação à ansiedade, ao stress social e à angústia que agora estamos a viver”.  Lembrei-me então que o fator de fazer, mas fazer bem certamente também se torna notória em cada pequeno contributo pessoal. Liguei a música, esperei que a inspiração chegasse, até que o tempo desligava-se de mim e outras coisas se acumulavam para fazer. Seguidamente, pensei no lado de lá, na obrigatoriedade voluntária, que assim sendo, poderia ser opção sem deixar de ser obrigação; mesmo assim, vi a terça chegar. Desanimada, admirava temas de palestras, de livros, de cores, de assuntos, de conteúdos, enfim, admirava mais informação; e o desânimo continuou porque ainda não tinha chegado ao tema que queria chegar. Até que hoje, senti que deveria citar e dar a conhecer um novo sistema a que toda a sociedade deve de chegar: o sistema de uma sociedade portuguesa, sincera. A sinceridade é uma palavra natura que me coloca entre duas rochas, e me faz querer ser água que foge para ir à ilimitação de ser. Um ser ilimitado é um querer ser constantemente; é existir ainda que descontente mas superando e banalizando a palavra vencedor. Um ser ilimitado na sinceridade é o estojo onde se recolhe toda a maquilhagem para enxergar o processo consciente de conversa, é entender o usufruto do conteúdo sinceridade e reinvindicar o brilho da mesma.

Aplicando este sistema à nossa sociedade, talvez seja uma utopia. Mas, considerando que as utopias podem ser objetivadas, poder-se-ía considerar a sociedade complexa numa sociedade simples e retirar do ensaio sobre o egoismo, as condições necessárias à verdadeira sinceridade.



Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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