O PS e o bullying a Seguro!

Que não temos uma oposição decente desde que o governo de Passos Coelho tomou posse, é um facto. Pode até, se quiser ir mais longe, arguir que o conceito de oposição em Portugal é tão confuso que por e simplesmente se deteriorou que nem pedrinhas polidas na areia do Guincho. Aceito.

No entanto, e dentro da má política que por cá se faz ou se finge fazer, a oposição praticada pelo Partido Socialista na era de António José Seguro ganha uma nova escala, elevando-se, tanto na forma como no conteúdo, a um nível pouco maior que o ridículo, isto é, à sua própria medida em matéria de carisma político.

António José Seguro, de manifesto em punho qual brinde de menu infantil com bebida e batata pequenas, cheio de ideias vazias e promessas cheias de nada, surge na atual estrutura socialista, de duas formas, – qual delas a mais humilhante, embora uma lhe salvaguarde a dignidade – que foram a falta de alguém melhor e a (in)esperada derrota eleitoral que exilou José Sócrates num dos sem número de mosteiros de favores que o seu mandato e meio lhe valeu. Contudo, não sei se fruto de inexperiência política ou ereção espontânea, insistiu em avançar e os dinossauros do partido suspiraram de alívio, livrando-se de sacrificar um bem maior.

Se por um lado, desde cedo se afirmou como um político de uma mediocridade digna de competir com grandes nomes do degredo nacional,- muitos deles vindos da colheita do seu partido -, por outro, não menos importante, assumiu-se internamente como uma espécie de ‘’Maria-vai-com-todos’’ que é saco de boxe e alvo de chacota.

Dentro do PS, Seguro é o miúdo gordo, o caixa de óculos, o boca em obras, a Olívia Palito e o Zé Ninguém. É o rapaz que leva a bola para impressionar os mais velhos ou os rufias, que lá o deixam marcar os livres indiretos mas nunca lhe passam a bola. É o típico mocinho a quem roubam o lanche. Mas gosta.

Transposto para o panorama político nacional, que na realidade não deixa de ser um recreio, não resta qualquer dúvida que o atual secretário-geral do PS é a putinha de serviço do próprio partido, masoquista mas orgulhoso, sonha ele subir na vida.

Por trás, nos múltiplos sentidos da expressão, riem-se António Costa e José Sócrates. Ah, e também Assis, mal sabe ele que é o próximo.