O que ganhou o país com as primárias no PS?

Gosto de analisar os diversos assuntos não em cima do joelho, mas após passados alguns dias sobre os acontecimentos. Primeiro, porque é bom ponderar sobre as coisas antes de opinar sobre elas e depois, porque gosto também de escutar o que outros intervenientes e comentadores têm a dizer sobre esses temas. Já lá vão alguns dias sobre a realização das primárias à americana no PS e, sinceramente, pergunto-me: “O que ganhou o país com as primárias no PS?”.

Na minha opinião nada! Para além da surpresa (pelos menos para mim) da expressividade da vitória de Costa (e por conseguinte da derrota de Seguro), nada ganhou o país com estes meses de “entretenimento político”. Diria mais: o “Reality Show” à moda do PS ou ainda… “Os Segredos da Casa do PS”. Bem, talvez não seja bem assim, pois o jornalismo, por exmeplo, teve assunto para falar durante semanas a fio: o diz-que-disse, as zangas dos compadres e das comadres; ficámos a saber que afinal no PS há dois pê esses: um constituído por pessoas sérias e outro por pessoas obascuras, com ligações fortes aos negócios, às empresas e aos bancos e daí, deduzimos o que já toda a gente desconfiava: que só conseguem esses lugares à custa da política, ou vice-versa, isto é, utilizam a política para escalar e alternar entre o poder e o dinheiro.

O que mais me admira é que, mais uma vez, tenha sido essa corrente aquela que ganhou, a exemplo de outros políticos (alguns deles autarcas) que ganharam eleições após lhes serem conhecidas as suspeitas e/ou investigações/condenações judiciais.

Ganhou também neste período politicamente o governo e a maioria, uma vez que Passos Coelho e Portas estiveram “à vontade”, sem uma oposição credível a fazer-lhe frente.

O país perdeu ainda certamente uma série de milhares ou milhões de Euros com o gasto das campanhas – se o dinheiro saíu dos cofres do PS, então saíu dos mcofres do Estado, porque é este que sustenta os partidos.

Durante este período, não pode haver negociações sobre o futuro do país entre governo e oposição, sobre aquelas matérias tão importantes para a reforma do Estado, que os portugueses tanto anseiam e esperam dos políticos… esse consenso que nunca mais chega e que nos arrasta de forma definitiva para o abismo da indefinição.

Felizmente, temos um povo que quase não precisa dos políticos para fazer o país avançar! Continuamos a produzir, constinuamos a exportar, continuamos a abrir e reabrir empresas, a criar emprego, fazendo portanto o desemprego decrescer… Não fossem os entraves e burocracias ainda existente em tantos setores do Estado, e o país avançava ainda com maior fluidez e velocidade… tão grande que é a vontade dos empreendedores de levar a cabo as suas ideias!

Enquanto isso, num país que se orgulha em ter sido pioneiro em alguns sistemas eletrónicos de alta tecnologia e continuar a ser ainda uma potência ao nível da programação de sistemas informáticos – como é exemplo de alguns dos sistemas eletrónicos e informáticos da NASA, da Google e da Microsoft (passo a publicidade) – que são criados e geridos em Portugal… assistimos a autênticos Crashes no sistema de colocação dos professores e no sistema judicial Citius.

Então pergunto: porque não temos OS MELHORES a tratar de sistemas tão importantes quanto estes? É claro para todos que os problemas são técnicos e não políticos, em relação a estes dois casos que têm assolado e prejudicado milhares de portugueses; apenas as nossa  oposição, de tão pequena, apenas se preocupam em pedir as cabeças dos ministros respetivos – sabendo que a sua saída ainda iria lançar mais no caos os problemas existentes – em vez de se preocuparem com os lesados! Eu conheço-os na primeira pessoa, uma vez que tenho uma criança menor em casa que ainda não tem todos os professores, já com três semanas de aulas decorridas… mas enfim… é o que temos! E, se temos é porque merecemos! Continuemos então a votar nos que achamos menos sérios, apesar de mais simpáticos e bonecheirões, em detrimento daqueles que, aparecentemente parece querem fazer alguma coisa de positivo…

Até para a semana, com outro tema ESCALDANTEMENTE ATRASADO… 🙂