O regresso desejado da PIDE!

Olá, leitor. Seja muito bem vindo a mais uma fantástica, maravilhosa e emocionante crónica «Graças a Dois»! Hoje, só porque tenho a certeza que o leitor se portou bem – lavou os dentinhos antes de ir para a cama, como mandam os tradicionais costumes do ser humano –, decidi presenteá-lo com um tema que se vem tornando cada vez mais um «flagelo nacional». Não, não vou falar sobre co-adopção. Não, não vou abordar a «igualdade de géneros». E não, não vou abordar a veia de representação para a comédia do actual presidente do Sporting Clube de Portugal, o shôr Bruno de Carvalho. Falo-vos de algo mais complexo. De algo que se vem alastrando na sociedade portuguesa, como de se uma praga de ratazanas sanguinárias se tratasse. Hoje, meu caro e muito estimado leitor, vou abordar algo que está mesmo debaixo do nosso nariz, e que, parvamente, temos decidido ignorar. E não pode ser, porque este tema agasta-me de tal forma que tenho acordado à noite, depois de horríveis pesadelos, com vontade de pegar numa metralhadora e entrar por um supermercado adentro, varrer tudo ao tiro, e depois acabar com a própria vida, ingerindo quantidades industrias de leite condensado, até ficar diabético, acabando por falecer um dia… O que é estúpido, porque à hora que eu sou confrontado com estas ideias, os supermercados encontram-se encerrados – o que seria uma forma de fazer figura de urso, ficando à porta do supermercado ao relento e de arma em riste, enquanto esperava que o supermercado abrisse.

«Ricardo, Ricardo… Olha lá uma coisa: EU ACABEI DE LER O PARÁGRAFO ANTERIOR, E GOSTARIA MUITO QUE DISSESSES QUAL É O RAIO DO TEMA QUE QUERES ABORDAR, PORQUE EU JÁ LAVEI OS DENTINHOS, E ESTOU DEITADO A LER ESTE VERDADEIRO “DESPERDÍCIO DE TEMPO PRECIOSO” A QUE TU CHAMAS DE CRÓNICA, E JÁ ESTOU A FICAR COM SONO!» – dispara o leitor, certamente aborrecido e algo transtornado pela ideia absurda de alguém se querer suicidar com doses industriais de leite condensado, certo?

Então, antes que o leitor adormeça, eu vou revelar o tema que considero um «flagelo nacional». Falo, obviamente (e nem entendo como é que o leitor não chegou lá antes, visto que eu facultei-lhe uma pista bastante evidente…), das pessoas que acham que, no meio de um corredor do supermercado, é que é o sítio ideal para colocar a conversa em dia! (Eu falei, anteriormente, em entrar num supermercado e desatar aos tiros, não falei? Ora aí está a pista… Ou o leitor está com uma dose elevada de sonolência crónica, ou então está verdadeiramente a marimbar-se para esta crónica. Aposto mais na segunda hipótese…)

Quão estúpidos podem ser os seres que, ao encontrarem um amigo ou um conhecido no corredor de um supermercado que não vêem há algum tempo, decidem bloquear completamente o corredor ao resto das pessoas que querem fazer as suas compras descansadamente, e de forma concreta e objectiva? Eu respondo a esta pergunta: extraordinariamente, muito estúpidas!

Alguém devia colocar ordem neste «flagelo nacional». Se eu mandasse neste país, criava um ministério só para resolver este tipo de situações. Depois de criar este ministério, nomeava um ex-espião da PIDE para coordenar uma equipa especializada em resolver este pequeno «flagelo nacional». Eram enviados espiões para os supermercados do país, e sempre que era detectado pelos menos 2 indivíduos em amena cavaqueira a bloquear um corredor, eram imediatamente detidos e obrigados a uma tortura muito elaborada, que os deixasse com a vontade de não voltar a praticar o acto do «bloqueamento de corredor». Até já pensei qual seria a tortura ideal: serem obrigados a ingerir quantidades industriais de leite condensado! Tenho a certeza que, das duas uma: ou deixavam de bloquear os corredores, ou passavam a odiar leite condensado!

Confesso que, após deliberar um pouco sobre o assunto, eu próprio adoraria ser torturado desta forma… Por isso, vou já para o supermercado aqui do bairro, e vou estagnar num dos corredores à espera que apareça alguém que eu não veja há muito tempo – com sorte, alguém do governo leu esta crónica e já destacou equipas de ex-espiões da PIDE, para todos os supermercados do país.

Não sei se sobreviverei a tempo de escrever a crónica da próxima semana, mas de uma coisa eu tenho a certeza: vou ser torturado com todo o deleite do mundo, e vou ficar diabético…

Até para a semana, malta catita. (Espero eu…)