O segredo para a Felicidade

“Qual é grande e derradeiro segredo para alcançar a felicidade?” é uma pergunta que todo o ser humano pretende que seja respondida, esclarecida. Todos nós, seres humanos que habitamos neste mundo, queremos ser felizes. É uma espécie de desejo colectivo que todos procuram realizar. Quantas vezes se vê, nessas redes sociais da vida, inúmeras pessoas a debitar frases motivacionais ou inspiradoras que rondam sempre a questão da felicidade. Seja com um pôr-do-sol ou simplesmente com uma imagem perfeita de uma planície, a pendência inclina sempre para, lá está: a felicidade.

Apesar de parecer ser uma coisa alcalina, primária, porque a felicidade parece estar envolta em tudo o que fazemos, numa espécie de busca interminável, na verdade, não basta rir para ser-se feliz. Não basta escrever um livro, ter um emprego de sono, uma casa, carro ou mesmo ter gémeos para ser-se feliz nesta vida. Porque, invariavelmente, sempre que acontece algo de bom na vida, significa que algo menos bom está prestes a surgir. É uma espécie de guia do universo. Para existirem coisas boas, têm de existir, igualmente, coisas menos boas — a isso chama-se, efectivamente, viver.

Por isso, lamento ser o portador de tão infelizes notícias, mas está comprovado que ninguém consegue ser sempre feliz. Ou seja, não existe um topo, uma meta que, após uma luta intensa, alcançamos e sentimo-nos felizes para todo o sempre. Isso não acontece porque a vida está repleta de situações negativas. É o carro que avaria sempre quando não deve. É o electrodoméstico que decide deixar de trabalhar quando menos se espera, ou mesmo o desemprego que bate à porta quando tudo parecia estar bem encaminhado. A vida é difícil. Isso não é novidade nenhuma, mas existe uma maneira de contrariar isso de uma forma mais leve, que resulta num sentimento de libertação e despreocupação abismal e total. E isso simplesmente com uma simples e básica frase.

Sempre que um problema surja na vida, sempre que tudo parecer não ter solução, sempre que o mundo parecer querer desabar em cima da nossa cabeça, sempre que o chão nos fuja debaixo do pés, eis que basta respirar fundo, olhar para o céu e disparar um: “Que sa foda!”. Lamento o impropério presente na frase, mas experimentem usar a frase quando estiverem a bater no fundo, quando não virem uma luz ao fundo do túnel. “Que sa foda!” É simples de dizer e parece ter a capacidade insana de nos tirar 1000 quilos dos ombros quando tudo se complica e uma espécie de sentimento de culpa esvanece-se. “O quê? Não tenho dinheiro para pagar a renda? Que sa foda!” ou “Se eu comprar este iPhone, vou ficar sem dinheiro para comer até ao final do mês… olha, que sa foda! e venha de lá o iPhone!”

A felicidade eterna não existe. Mas existem formas de enfrentar as amarguras da vida, e “Que sa foda!” pode ser uma boa opção para aliviar o peso que a vida exerce sobre nós.

(Podia ficar ligeiramente preocupado pelo facto de a frase “Que sa foda!” chocar ou deixar algum leitor indignado. Mas, depois de deliberar sobre o assunto durante uns longuíssimos 5 segundos, eis que olhei para o céu, respirei fundo e exclamei simplesmente: “Que sa foda!” e publiquei a crónica…)