O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo tem… – Gil Oliveira

… O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem!

(Ham?!… Gostou do início da minha rubrica de hoje? Viu, que culto que eu estou hoje? Então deixe-se ficar por aí mais um bocadinho que vai ver isto já a descambar…)

A resposta certa que o tempo devia ter dado ao tempo era: “olha filho…o tempo não tem tempo nenhum!” Isto sim é uma resposta como deve ser. Nada dessas tretas filosóficas: “…o tempo tem tanto tempo quanto o tempo, tempo tem!” Isto é lá resposta que se dê a alguém? Se a minha mãe me pergunta-se as horas e eu lhe dissesse: “as horas são tantas horas como as horas que as horas são…” Levava logo uma estampilha que ficava três dias sem conseguir olhar para um relógio!

Isto é conversa de político meus amigos… Eu não sei de que partido é este tempo mas de certeza que ele anda metido na política! Esta capacidade de se engonhar sem se dizer nada de jeito não é para todos. Só os políticos ou tipos que escrevem rubricas semanais para o mais opinião é que têm…Não é para todos! Há pois não…

Mas agora falando um pouco a sério (ou pelo menos tentando) o que eu quero dizer, é que hoje em dia as pessoas não têm tempo para nada. Nós não temos tempo para nós. Não nos sobra tempo nenhum para fazermos aquilo que gostamos… Aliás, como se costuma dizer, nós nem sequer temos tempo para nos coçarmos…

«E agora vou fazer um pequeno a parte no que estava a escrever para partilhar consigo algumas dúvidas que me apoquentam à bastante tempo sobre este assunto: se nós não nos coçarmos, quem é que nos vai coçar? Será que temos legitimidade para pedir a alguém para nos coçar se nós próprios não o fazemos? E porque carga de água é que alguém iria perder o seu tempo para nos coçar? E a dúvida mais pertinente de todas, como é que surgiu esta expressão?! Terão sido dois amigos à conversa no café?! Um casal durante o fony-fony?! Ou terá sido um grupo de colegas no trabalho? Sim! Deve ter sido isso. Até já estou a imaginar…

“Epá, Antunes. Coça-me lá aqui as costas que eu agora estou ocupado a terminar este projecto. (E vai o Antunes e coça-o.) Logo de seguida, o Antunes pede à Laurinda para o coçar atrás das orelhas, porque como está a coçar as costas do Viriato não se consegue coçar. (E vai a Laurinda e coça as orelhas do Antunes.) Por sua vez, a desgraçada da Laurinda como é uma rapariga tímida, não pede a ninguém para lhe coçar os mamilos (é onde ela tem comichão, eu não tenho nada a ver com isso, ok?) Conclusão da história, a Laurinda como está a coçar o Antunes nem tem tempo para se coçar! Tcharam! Deve ter sido assim quase de certeza!»

Mas agora, pondo um pouco de lado a estupidez e tentando fazer deste mundo um mundo melhor. Eu voto em todo nós fazermos um curso de gestão do tempo. O tempo é só um, pessoal! É igual para todos, porque raio é que uns têm tempo para tudo e outros não têm tempo para nada? Porque é que ao domingo o tempo voa e à segunda o tempo não anda?! Temos de agir! Eu quero poder coçar-me a mim próprio… É porque senão, qualquer dia este país vai parecer a aldeia dos macacos, só que em vez de nos andarmos todos a “catar” uns aos outros, anda tudo em filinha indiana a coçar o tipo que está à nossa frente.

Nota: Se por ventura este dia alguma vez chegar, eu recuso-me a ficar atrás de um político! Nada contra eles, mas é que todos nós sabemos que esses tipos levam o dia a coçar o…(piiii)

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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