O v(a)cabulário das criancinhas! – Teresa Isabel Silva

Sou a fã numero 1 de criancinhas quando elas:
Estão caladas;
Estão a dormir;
Estão no colo do país;
Ou então, quando estão a quilómetros de distância de mim.
Em brincadeira tenho o hábito de dizer que tenho fobia a crianças, e como qualquer fobia, a minha agrava-se com a presença criativa das crianças. Sim, porque as crianças são dotadas de uma estranha criatividade capaz de me tirar do sério.

Para ajudar a piorar a minha situação eis que os meus novos vizinhos chegaram com alguns filhos, dois filhos, mais uns quantos filhos de amigos que o vem visitar com mais frequência do que aquilo que eu gostaria, o que só por si, é um atentado á minha paciência e em consequência á minha sanidade mental.

Acreditem quando eu digo que é um atentado. O próprio Bin Laden teria que aprender com estes pestinhas como fazer terrorismo. Sim, quais aviões qual quê!!! Terroristas deste mundo esqueçam os aviões e as bombas caseiras e adoptem estas pestes que com um triciclo deitam a baixo os portões gémeos da casa.

Podem ser só dois ou três (ainda não consegui descobri), mas parecem uma equipa de futebol, mais a respectiva claque no que diz respeito ao barulho que fazem. Sozinhos fazem um estádio de futebol parecer um canto coral, e até nos palavrões e no vocabulário estão mais á frente do que qualquer adulto que vocês conheçam!

Aposto que a mãe deles nunca se queixou que os filhos estavam a demorar a falar. E se isso aconteceu, também aposto que a senhora deve estar arrependida de o teu feito. Mas já lá diz o ditado: Quem sai aos seus não degenera. Ou isso então “tal mãe, tal filho!”.
Digo isto porque acredito seriamente que as pobres criancinhas não aprenderam certas palavras começadas por “c” e por “p” e outras que até eu desconheço, a ler o dicionário. Aliás, pela maneira como falam, limitada em conteúdos, mas rica em absurdos, eu até arriscava dizer que eles não liam nada de todo!

Agora pergunto-me: será que eles são mais inteligentes do que aquilo que eu era com a idade deles, só porque utilizam palavras que eu desconhecia na altura? Ou serei eu que sempre tive um vocabulário selecto?! Vou ficar a pensar sobre isto.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas