O Verso da Infância, Tão longe e Tão perto!

A saudade…

Confesso,
Gostava de escrever em verso!
Sobre a infância, e a felicidade…
de quando éramos, de tão tenra idade.
Saudade da calça de bombazine, que teimava em fazer comichão,
e de andar pela rua com yo-yo na mão,
De outros tempos que tais,
de fisga em punho,lá íamos nós aos “pardais”.
Saudade de não existir lamentos,
quando nos esfarinhávamos no velho carrinho de rolamentos,
Da velha galocha com cara de sapo,
vir para a rua jogar com a bola de trapo,
Do Tulicreme no pão,
e as batatas da matutano que caiam ao chão!
No velho Spectrum sempre a jogar,
horas e horas até queimar.
Brincar de esconde-esconde, sem parar,
até ao entardecer ou a noite chegar.
Com um só Tazzo na mão,
Travava lutas, ganhava, era campeão.
Na altura, roubava-mos fruta, pois sabia melhor,
conhecíamos todas as árvores de cor.
Aventuras sem fim, ou talvez não…
Mas sempre com a espada de madeira na mão,
corríamos pelos campos de lavradio,
só para chegar junto ao rio.
Molhar os pés, em pleno Inverno,
chegar a casa, sofrer o inferno.
Dias passados a correr,
na velha escola com cheiro a giz,
não a podemos esquecer,
e de como nos fez feliz
Era assim, infância em livro aberto
tão longe e tão perto!
Gostava de escrever em verso,
mas não sei…
confesso…!

Não se esqueçam de recordar e sonhar porque a vida é feita de sonhos!