Crónicas Minhas – Olá, Boa Tarde

A palavra “olá” é sem dúvida a melhor expressão para quebrar o gelo. A parte do bom dia, boa tarde, ou boa noite é sem dúvida boa educação.

Quando vamos a um estabelecimento somos sempre recebidos por um entusiasta e exasperante “Olá” de um comerciante que tenta vender o seu produto. Aliás com a crise que se vive por aqui e por ali, de alto a baixo do nosso país, os “olás” deixam de ser exasperantes e passam a ser desesperados como se a simpatia fosse forçada e a boa educação uma obrigação.

Nós, os portugueses, somos conhecidos por sermos um povo afável, um povo acolhedor, mas se reparar-mos bem, o povo português está tão ocupado e tão compenetrado nas suas rotinas e obrigações que ser afável já á muito tempo que deixou de ser espontâneo para ser automático.

Já ninguém diz “Olá bom dia!!!” ao carteiro, aliás hoje em dia quase ninguém se cruza com o carteiro, mas quando se cruza, esta frase não é proferida com o reconhecimento e agradecimento pelo sujeito que nos entrega as cartas mas sim por ser uma educação automática que nos sai pela boca a fora.

O afável e o acolhedor já não existe como existiram em tempos. Agora ninguém dá beijinhos e abraços á multidão, hoje em dia levanta-se a mão e faz-se um aceno abrangente completado por um “Olá a todos”.

O “Olá” é a palavra de vanguarda de qualquer discurso, ninguém começa uma conversa sem primeiro dizer olá ao interlocutor. “Olá” é simpatia, introdução e boa educação, por isso antes de terminar, e quebrando a regra de usar esta expressão como introdução do discurso, vou saudar os leitores com um entusiasta, sincero e espampanante “OLÁ A TODOS”.

Crónica de Teresa Isabel Silva
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