Opinião Não, Humanização! – Patrícia Marques

Não gostaria de dar a minha opinião. Estou realmente farta destas opiniões frívolas e secas; gostaria de dar algum tipo de humanismo meu. Opiniões são críticas, são construções, são frases acerca de algo ou de alguém, mas humanidade…essa pede licença para passar, essa pede por favor, pergunta como está e dá algum ponto de educação a si mesma, mais do que aos outros. Vos tenho proporcionado uma opinião, umas vezes mais bem conseguida e transparecida, outras vezes, mais técnica, mais rebelde ou mais casuística. Contudo, fiquem seguros, toda a opinião assinalada visava retirar algo de negativo com vista a acrescentar algo de positivo. As frases da humanidade vão lembrar que o ano de 2013, no meu lugar ao sol, têm de estar bem pautadas com címbalos sonoros até vos fazer adormecer debaixo de uma sombra que vos abraça bem de mansinho. Os meus textos corridos têm de falar de medo, de lonjura, de coragem, de qualidade de vida, de saúde, de bem-estar, de união, de valores que estão parcialmente vulgarizados; e eu sei que isto não é novidade para ninguém. Sei que hão de pensar: «Mas não é isto que temos tentado fazer até agora, mesmo numa perspetiva de humor?!». É claro que sim, mas isto é a minha opinião. O meu lugar ao sol, requer que todos colaborem em reflexões claras, de bem, de humanidade, de entreajuda; reflexões filosóficas que se esgueiram sobre os valores da humanidade; reflexões psicológicas que encontrem o consciente de cada um, levando bem para longe vossos problemas; reflexões sociais, que se integrem da sociedade de hoje e a levem a um rumo e incentivo positivo, de apoio não só à entidade empregadora como também ao próprio trabalhador; reflexões espirituais que reclamem o desenvolvimento pessoal e sentimento de realização a cada pessoa. Um dia falei-vos no meu lugar ao sol, no lugarzinho que aquece os corações humanos da rigidez – matéria que vai e volta; esse lugar onde a paz vem ter contigo e o amor se instala no teu coração de modo sustentável. Hoje apetece-me falar-vos do valor do diálogo no casamento. Um dia eu li: «…não se esqueçam de casar todos os dias…»; depois disso vejo o diálogo como a primeira designação do aprimoramento do amor. O casamento unido deve dia após dia regenerar-se; eliminando automaticamente as células doentes e conseguir a estabilidade percetível no consciente do parceiro. O outro deve sentir o poder do amor, um em relação a cada qual…eu sei, na teoria é tudo muito bonito, já na prática!…Ver no outro a própria relação consigo mesmo é um meio para se alcançar o maior amor do mundo. Onde o respeito e o diálogo se instalam, onde nem o meio é capaz de sublimar a intensidade do amor e da verdade, aí mesmo existe o casamento. Nem mesmo as verdades interpretativas e relativizadas podem suscitar alguma dúvida na certeza de amar.

– Não descuidar. Cuidar, cultivar em palavras, em atitudes, em ações saudáveis e acima de tudo, espontâneas e verdadeiras;

– Não relativizar. Na intensidade +/-, a capacidade e empenho no cultivo e no cuidado deve de ser a mesmo;

– Não divagar. Dialogar em parceria, numa escuta ativa os interesses alheios;

– Compreender a qualidade do estar – bem e do bem – estar do outro e encontrar o meio-termo sem querer à força a felicidade, mas sim, dando espaço para pequenas atitudes, que essas sim, de agrado e força superior darão lugar à mesma.

O que leva um casal discutir?

– A parte material

– A parte social

– A parte espiritual

– A parte comportamental

– A parte existencial

Se assim acontece, resta perguntar: «o seu problema e o do seu parceiro insere-se em que parte?» Reduzir os seus problemas a uma destas partes será uma forma de resolver, sem calar, todos os outros problemas que possam surgir no seu meio. No entanto, cada problema deve de ser encarado em parceria, e só assim se conseguirá o grande objetivo de vida existencial do casamento. Na verdade, pode-se compreender que o meio pode ser um motivo alterador da felicidade, no entanto, se o reduzirmos a isso mesmo, ao meio, será somente um motivo para se desenvolver novas competências de amor.

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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