Os 5 Tipos Mais Frequentes de Casais!

Dezembro é o mês do Natal. E o Natal é uma época em que impera o amor, a paz e a solidariedade. Ora esta crónica centra-se especificamente no amor (afinal de contas sem ele torna-se impossível viver, não é verdade?). Mas não num amor qualquer, calma! No amor que une um casal! O “Desnecessariamente Complicado” desta semana enumera os cinco tipos mais frequentes de casais. Sejam namorados há meia dúzia de dias ou casados há várias décadas estou certo de que se vão rever (ou rever alguém que conhecem) na minha crónica desta semana do Mais Opinião!

Antes de tudo é importante esclarecer algo: o objectivo deste artigo é brincar mas não “gozar” com ninguém. Cada casal vive, e sente, o amor como bem entender e ninguém tem nada com isso. E antes que perguntem eu respondo: sim, tenho namorada. E, tal como boa parte dos homens deste planeta, estou certo de que tenho ao meu lado a melhor namorada do mundo. Serve isto para provar que a crónica não é escrita por alguém solitário e revoltado com o mundo e arredores, procurando criticar tudo e todos. Agora sim, vamos à lista propriamente dita!

#1 – Os Super Espiões

Os homens e mulheres que pertencem a esta categoria são tão bons no que fazem que quase podiam tirar o lugar ao imortal James Bond. Sim, estes são casais que começam (e muitas vezes acabam) sem ninguém saber. Eles conseguem esconder o amor que partilham dos amigos mais próximos e até dos familiares, que pensam saber tudo sobre eles. Os sinais estão em todo o lado, mas como mestres do disfarce que são há sempre uma razão para tudo.

“Porque é que postaste aquela música lamechas no Facebook?” ao que ele responderá “Qual? Aquela balada super melosa dos anos 80? Olha, postei porque é uma das músicas preferidas dos meus pais e até a acho engraçada, mas nada mais atenção!”. A desculpa pode parecer má, mas isso é porque sabem que ele esconde uma relação. Se não souberem de nada tudo vos parecerá normal, acreditem.

Estes casais escondem o seu amor da restante humanidade não por vergonha de quem têm ao seu lado, mas porque acham que ninguém tem que saber (o que é um motivo bastante válido, diga-se de passagem). Claro que, mais cedo ou mais tarde, alguém descobrirá a relação: seja a mãe (que interpreta como ninguém o sorriso de orelha a orelha que passaram a ter), um amigo próximo (que junta as peças do puzzle entre a recente felicidade extrema, os posts melosos nas redes sociais e os súbitos planos com outras pessoas que não ele) ou um mero conhecido (que teve a sorte de os apanhar a meio de um beijo quente e apaixonado, quando ia apenas de passagem na rua) é apenas uma questão de tempo até se tornar público.

Se esta é a melhor forma de proceder, ou não, é algo que deixo para vocês avaliarem, contudo já diz o ditado que “aquilo que ninguém sabe, ninguém pode estragar”.

#2 – Os Mimos

Tendo em conta que estamos a falar de apenas cinco tipos de casais deduzo que tenham percebido que os mimos referidos acima não são os que fazem disso a sua profissão (até porque uma relação entre dois mimos é um sketch cómico à espera de acontecer, sejamos sinceros). Quase que podemos dizer que estes casais são o oposto dos “Super Espiões” (pelo menos publicamente): andam sempre de mãos dadas; beijam-se a toda a hora; fazem festinhas na cara um do outro a cada meio minuto; tratam-se sempre por nomes queridos (como “fofinho”, “amorzinho” ou “ursinho de peluche”, por exemplo) e andam sempre com um sorriso digno de um vencedor do Euromilhões em dia de Jackpot milionário.

Ou seja, resumindo e concluindo, são aquilo que na gíria se costuma apelidar de “casal modelo”. Não, eles não têm de ser modelos profissionais e desfilar nas passerelles mais cotadas da Europa. A eles basta-lhes desfilar no coração um do outro para serem felizes.

Claro que eles também discutem. Também têm mau feitio. Também têm mau acordar. Também têm dias maus, onde há um pouco de tudo menos de amor. Têm é tudo isso em menor quantidade que os restantes casais (e mesmo quando têm guardam-no para si, e nisto acabam por ser parecidos aos “Super Espiões”). No fundo tudo se resume a uma frase: aos olhos de quem os rodeiam são um exemplo de como deve ser vivido, e sentido, o amor.

#3 – Os Geeks

Esta é uma categoria que contém, em si mesma, dois níveis. De um lado temos os Geeks em 1º grau: basicamente são especialmente apreciadores de um estilo específico. Pode ser cinema em geral ou apenas westerns. Mas também pode ser algo relacionado com literatura ou videojogos, dependendo das personalidades e das preferências dos membros do casal.

Do outro lado temos os Geeks em 2º grau: estes sabem tudo o que há para saber daquilo que gostam. Pode ser uma saga específica (como a tão badalada “Star Wars”, no cinema, ou o mítico “Dragon Ball”, na televisão), um autor (sendo que aqui entra não só o cinema mas também a literatura e a música, entre tantas outras áreas) ou até mesmo algo que a maior parte da humanidade desconhece (como um desporto pouco convencional, por exemplo).

A diferença entre os dois níveis é que os casais de 1º Grau são toleráveis, proporcionando inclusivamente conversas bem divertidas e interessantes, enquanto os casais de 2º Grau são maçadores de tantos detalhes que sabem e que insistem em contar-nos. Saber factos triviais é sempre um bom motivo de conversa, claro, mas quando é em demasia também cansa. E depois depende dos “vícios”: é que se o “Dragon Ball” é algo mais ou menos global (e pelo qual ainda podemos ter algum interesse) o mesmo não se pode dizer de certos autores ou desportos esquisitos, por exemplo.

Resumindo: se tivermos sorte o tema é realmente interessante e a conversa é estupenda….já se tivermos azar serão os minutos mais longos da nossa existência. Obviamente que existem casais geeks extremamente interessantes (e que têm noção de quando parar para respirar e fazer uma pausa nos seus vícios) são é raros! Olhem, sabem o que vos desejo? Que a força esteja convosco! (Perceberam a referência? Eu sei, sou um génio!)

#4 – Os Ciumentos

Se há palavra que está em grande destaque, com direito a duplo sublinhado e tudo, no dicionário dos membros deste tipo de casais é “ciúme”. Para estes homens e mulheres tudo e todos são uma ameaça. Novos ou de meia-idade, altos ou baixos, atraentes ou nem por isso todos são olhados de soslaio e com o rosto franzido.

Para estas pessoas tudo é sinal de que uma traição está para acontecer. “Eu bem vi o olhar que fizeste aquela operadora de caixa quando fomos às compras!” ao que ele responde “Mas amor, estava apenas a dizer “Boa tarde”, nada de mais!”. “Pois, pois, como se eu acreditasse que isso foi apenas uma demonstração de boa educação completamente ao acaso!”. Uma troca de olhares, uma conversa completamente normal e desinteressada ou uma inocente e caridosa boleia (dada ou recebida) pode ser o suficiente para o despertar de uma crise de ciúmes.

Estes casais são, regra geral, atormentados por estes ataques de ciúmes podendo assim tornar-se difícil conviver com eles. Sair à noite a quatro com um casal amigo, por exemplo, pode tornar-se o início de uma autêntica novela mexicana tantas são hipóteses de uma crise surgir a casa esquina.

Atenção, não estou a dizer que são más pessoas! São é pessoas demasiado ciumentas, só isso. E os ciúmes em si, até certo ponto, não são prejudiciais (são até benéficos, na minha opinião). Na quantidade certa os ciúmes podem fazer-nos dar valor a quem temos ao nosso lado, jogando assim a nosso favor e dando inclusivamente mais saúde à nossa relação. Mas quando certos limites são ultrapassados tornam-se sufocantes e doentios. E quando isso acontece é certamente sinal de que o fim pode estar a aproximar-se a passos largos.

#5 – Os Rezingões

Sim, podia estar a referir-me a casais anões que gostam muito do filme “A Branca de Neve”, mas por estranho que vos pareça não é esse o caso. Os casais incluídos nesta categoria têm, basicamente, a palavra “rezingão” escrita na testa em letras garrafais. “Mas o que significa rezingão?”. Calma, eu ajudo-o. Segundo um popular dicionário online rezingão significa: “aquele que rezinga ou resmunga muito”. Estamos, portanto, a falar de insatisfeitos crónicos.

Para estes homens e mulheres nada é tão bom ao ponto de merecer um sorriso rasgado e sincero. Seja qual for o tema da conversa é certinho que vão arranjar um motivo para começar uma discussão, ou simplesmente para discordar de nós. São aquilo que nós, na gíria, apelidamos de “pessoas do contra”. Têm uma opinião formada sobre tudo e fazem questão de a dar, mesmo que não tenhamos pedido nada.

A nível amoroso estas podem ser relações extremamente desgastantes…ou estimulantes. Tudo dependerá das personalidades e dos feitios de cada um, claro está. É que se, para alguns, ter um bom debate/discussão é uma excitação, para outros, é motivo de bocejos e adormecimento automático do cérebro.

E assim termina a contagem, e descrição, dos cinco tipos mais frequentes de casais. Como devem ter percebido é perfeitamente possível um só casal identificar-se com vários dos tipos aqui descritos (o que tanto pode ser péssimo como óptimo, depende dos casais e das características que acumularam). O amor é, sem dúvida alguma, um sentimento único e vital para a nossa existência, contudo sozinho vale de pouco. Qualquer relação precisa igualmente de respeito, compaixão, sinceridade, comprometimento e mais uma boa quantidade de valores e padrões.

Mas mais do que nos rirmos, e brincarmos, com o tipo de relação que os que nos rodeiam possuem o importante é consigamos reflectir sobre nós próprios e a relação amorosa que partilhamos com a pessoa que amamos. Estaremos nós a dar-lhe o verdadeiro valor? Estaremos a respeitá-la e a ter em conta a sua opinião? Estaremos a ser fiéis aos seus valores e padrões? Alguns dirão que sim se hesitar. Outros permanecerão em silêncio não querendo assumir as suas falhas.

Espero, sinceramente, que esta crónica não só disponha bem e provoque sorrisos como também faça pensar e reflectir um pouco. Porque o amor é óptimo, é um facto, mas para ser vivido em pleno requer muita sinceridade e dedicação. Amem muito. Mas acima de tudo amem sinceramente.

Boa semana.
Boas leituras.