Os DVBBS e a Queima das Fitas de Coimbra

Confesso que nem sabia quem eram os DVBBS até aparecerem no cartaz da Queima das Fitas de Coimbra 2015. E, honestamente, não perdia nada se continuasse na ignorância.

Embora o secretário geral da (organização da) Queima diga que já é a terceira vez que acontece, eu só me lembro de, na Festa das Latas (recepção ao caloiro) em 2008, uma outra banda, as Sugarbabes, terem cancelado o concerto à última da hora, por uma razão tão estúpida como esta. As Sugarbabes exigiram ficar num hotel de luxo em Lisboa e mandaram vir material especial do Reino Unido para o palco e depois cancelaram a menos de 24 horas do concerto. Segundo o Blitz, «invocaram uma das cláusulas do contrato, segundo a qual um espectáculo pode ser cancelado por doença de um dos membros da banda ou “motivos de força maior”». Nunca se soube foi quem estava doente, que doença tinha ou qual o “motivo de força maior”.

No caso dos DVBBS, diz a organização que chegaram a Lisboa no domingo cerca das 23 horas, foram transportados para o hotel Tryp em Coimbra, hotel de 4 estrelas, onde chegaram às 2h da manhã e tinham reservadas para eles 2 suites e 2 quartos duplos para os acompanhantes. Disseram logo que o hotel não tinha as condições que esperavam e o representante da organização que os acompanhava prontificou-se a arranjar uma solução (a organização sugeriu até que ficassem no Sheraton, de 5 estrelas, no Porto) mas acabaram por concordar em ficar essa noite no Tryp em Coimbra e, durante o dia, decidia-se o que fazer. Mas o duo canadiano, às 6h da manhã (isto é, 4h depois de terem chegado a Coimbra) decidiu chamar um táxi, foram para Lisboa e de lá seguiram para o Canadá, sem avisar ninguém, sem justificação para não fazerem o concerto no dia seguinte, como contratualizado.

Estes exemplos deviam servir para as pessoas perceberem a dificuldade que é responder às exigências parvas – para não usar outro termo – das “pseudo” vedetas da música.  Qualquer profissional e pessoa de boa fé, quando a organização cumpre o que foi pedido e acordado, tem mais de cumprir a sua parte e actuar na data marcada e nada mais.  Estas pessoas são maus profissionais e, a meu ver, deviam constar de uma lista negra de bandas a evitar a todo o custo. E têm um concerto marcado, segundo o Blasting News, para o “EDP Beach Party”, organizado pela rádio Nova Era, a 4 de Julho na Praia do Aterro, em Matosinhos. Quem garante que eles vão aparecer?

Imaginem que todas as bandas tinham estas manias de vedeta de que uma suite num hotel de 4 estrelas não serve e desaparecessem sem deixar rasto, não cumprindo contratos. Como era possível a quem quer que fosse organizar uma festa académica ou um festival? É como vos digo: para mim era banir esta gente da lista de bandas a contratar (visto que não sabem cumprir um contrato).

Crónica de João Cerveira

Este autor escreve em português, logo não adoptou o novo (des)acordo ortográfico