Os três (novos) mistérios de Fátima!

Então pessoal, tudo em cima? Que tal estão essas “cruzes”? As minhas andam um bocado afanadas… Deve ser desta humidade toda. Ou disso, ou do caruncho. Diz que o caruncho é um bicho que dá conta de um gajo. Ou será que o caruncho dá conta é da madeira? Bom, não interessa! Até porque o leitor não veio aqui para me ouvir lamentar, não é verdade? Se quisesse ouvir lamentos ia até Fátima. Aí sim, ouvem-se bons lamentos. É tudo, a lamentar, a lamentar, a lamentar… Por mim até se trocava o nome à Santa, deixava de ser Nossa Senhora de Fátima e passava a ser Nossa Senhora dos Lamentos. Aí sim, fazia todo sentido…

Fátima, para mim, é uma cidade muito bonita. Tem um lindo santuário, duas basílicas, uma capelinha das aparições, um museu de cera, pegadas de dinossauro, entre outras coisas fantásticas que vale a pena visitar. Para ser perfeita só lhe faltava mesmo era ter uma capela dos ossos! Aí sim, era o cenário dantesco completo. Por acaso acho que existe uma grande lacuna a nível de capelas dos ossos cá em Portugal. Eu voto em mandarmos a baixo o parlamento e construirmos lá uma capela dos ossos! Aliás, melhor ainda… Nem precisamos de mandar abaixo o parlamento. Puxamos fogo “aquilo”, num dia de assembleia, e ficamos logo com uma capela dos ossos toda janota. Hum…? Alguém alinha? Não?! Bahh… Caretas!

Ainda me lembro da última vez que visitei Fátima. Uma imagem incrível: centenas e centenas de pessoas espalhadas por tudo quanto era sítio. Umas, em peregrinação vindas sabe-se lá de onde, outras de joelhos a dar voltas ao recinto (aquilo quase parecia uma corrida dos coxos nos Jogos para-olímpicos. Mais de 39 pessoas de joelhos – zimba, zimba, zimba – a ver quem é que conseguia chegar mais rápido à meta, enquanto carpiam o mais alto que podiam…) e outros ainda, a assarem chouriças no crematório de velas… Uma alegria, portanto.

Eu sei que não se deve brincar com estas coisas mas enquanto lá estive, não consegui evitar que me ocorressem três fantásticos pensamentos (que passarei a designar como os 3 (novos) mistérios de Fátima) ora vejamos:

Porquê é que a malta tem a mania de prometer ir até Fátima a pé?

Ou então, prometer dar não sei quantas voltas ao santuário de joelhos?

O que é que a Santa ganha com essa promessa? Hum…? Alguém me sabe responder?Pois, eu digo-lhe! Nada! A Nossa Senhora de Fátima não ganha, népias com isso! Quanto muito, uma despesa brutal… (Você sabe quanto é que a Igreja gasta em pavimento? Uma fortuna! As pessoas devem pensar que o chão do santuário, como é santo, não se gasta… Gasta-se e não é pouco! Aposto consigo que todos os meses, a dia 14, têm que mudar o soalho tal não foi o desgaste na véspera…

Depois, temos também a questão dos que vão a pé, desde as suas casas, algumas a mais de 300 km de distância, só porque prometeram que se passassem no exame de condução iam lá agradecer… Ó senhores, então mas já não têm carta? Não fazia muito mais sentido irem lá de carro para mostrarem à Nossa Senhora que já sabem conduzir? Ó c’um caraças… Se querem agradecer à Nossa Senhora de Fátima, e ao mesmo tempo fazer exercício físico, então pavimentem 2 ou 3 km do santuário, ou então alcatroem um ou dois parques de estacionamento da cidade. Isso sim é uma boa maneira de agradecer, agora andarem a esfalfar o soalho com os joelhos…

Olhem, por exemplo: a nova Basílica da Nossa Senhora do Rosário. Vocês acham que aquilo foi construído com o dinheiro da igreja? Nada disso! O dinheiro para a construção da nova Igreja veio de uma promessa que o Fábio Coentrão fez. Ele prometeu à Fatinha (para os amigos), que caso passasse no exame de condução mandava construir uma igreja nova… Vai daí a Nossa Senhora arranjou maneira dele passar. Ela, e os tipos do Centro de Exames…

Isto sim é uma promessa como deve ser! Agora esfalfar joelhos… Sinceramente…

E para terminar, temos o mistério em torno do crematório das velas. Que marracho” é aquele? Um forno? Um queimador gigante? Um super, hiper, mega boião  de cera quente para depilação? Hum…? Alguém me explica para que é que aquela porcaria serve? Eu sei que é para queimar as velas que a malta atira lá para dentro (e assar uma ou outra chouriça). Mas será que há mesmo necessidade daquilo? Aquilo é sinistro minha gente… Enquanto são velas “normais” que se atiram lá para dentro ainda vai que não vai, agora quando começa a vir gente com braços e pernas de cera a coisa fica muito sinistra….
“Ai que me dói o braço, deixa cá comprar um braço de cera para jogar para dentro daquela tocha gigante…” ou então: “Ai que vou ser operado ao joelho, deixa-me cá comprar uma perna de cera, para mandar para o crematório, a ver se eu fico bom!” Então e se sofrerem de impotência sexual? Será que a loja também vende pénis de cera? Então e se tiver?! Será que o tipo tem mesmo de atirar o pénis de cera para a fornalha, ou pode levá-lo para casa? É porque eu não sei que tipo de promessas é que se fazem nestes casos, mas desconfio que a mulher dele fosse gostar mais se ele chegasse a casa agarrando num pénis de cera do que se o queimasse em prol de uma promessa qualquer…

Para mim, estes são os 3 (novos) mistérios de Fátima que a malta devia tentar resolver! Qual história das aparições, ou segredos contados por Nossa Senhora de Fátima, ou ainda pastorinhos que viram uma luz forte a 13 de Maio…  Acordem para vida pessoal! A 13 de Maio faz um frio do “camandro” lá para aqueles lados. A probabilidade daqueles miúdos terem andado na adega do pai de um deles, em busca de algo para os aquecer, antes de irem pastar as ovelhas é muito grande, pá! Pensem nisso…

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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