Óscares 2017: Começou a corrida!

Esta crónica é dedicada ao grandes fãs dos cinema. A nossa época começou! Não vou mentir: demorei imenso tempo para compreender os gigantes de 2016, mas agora que os dados estão oficialmente lançados… as expectativas não poderiam estar mais altas.

Depois de um ano fantástico que nos trouxe uma grande variedade de vencedores, dos quais destaco Spotlight como melhor filme (o mais consistente de 2015), eis que somos presenteados com uma surpreendente heterogeneidade nos candidatos aos prémios deste ano. Do romance musicais à guerra, há muito por onde escolher…

As nomeações só chegam no fim de Janeiro, mas os primeiros candidatos não tardaram a surgir: durante algum tempo, Birth of a Nation (uma história real ao estilo de anteriores vencedores, como Argo ou 12 Years A Slave), liderou a corrida a melhor filme, com uma grande ovação e dois prémios em Sundance. Mas à semelhança de anos anteriores, a segunda parte do ano foi decisiva para a definição dos verdadeiros candidatos às estatuetas douradas.

E não faltam actores e actrizes para embelezar a cerimónia. Ao que parece, teremos duas boas listas de nomeados para as melhores performances no grande ecrã, com os comebacks de Denzel Washington e Tom Hanks, assim como as entradas de Casey Affleck (o irmão do Batman) e da exótica Ruth Negga para lista de possíveis nomeados.

Agora tenho fechar esta introdução com um chavão qualquer que fascine o leitor e que o transporte imediatamente para o hype que estes filmes estão a criar. Alguns já vistos pelos críticos, outros tapados pelos véus dos estúdios. Ready, set, go! Última paragem, Dolby Theatre, LA. Estão todos convidados!

La La Land

lala-land

Hey! Ryan Gosling here, pronto para partir mais uns corações enquanto tenta levar a sua primeira estatueta para casa. De volta aos romances de larga escala, Gosling junta-se a Emma Stone numa história de amor à moda antiga, na qual o sucesso, os sonhos e as ambições se tornam barreiras numa relação.

O que é que isto tem de especial, pergunta o leitor? Talvez o facto de ser uma espécie de musical moderno? Muitos dirão que este conceito está mais que gasto, mas estou mais que disposto a dar uma oportunidade a estes dois.

Um drama melódico que incorpora um grande paleta de detalhes artísticos, o nome La La Land até me soa a nomeado e, quiçá, vencedor. Estará de volta a era dos musicais? Com uma pitada de comédia aqui e ali, o filme conta com as participações especiais de John Legend e J.K. Simmons (para manter a orquestra unida e ao mesmo ritmo) e chega às salas de cinema portuguesas em Janeiro de 2017.

Manchester By The Sea

manchester-by-the-sea-casey-affleck-lucas-hedges-promo

Nunca pensei dizer isto: o Casey Affleck poderá estar próximo de ganhar um Óscar! A verdade é que, a cada ano que passa, o irmão mais novo de Ben Affleck aproxima-se a passos largos do Santo Graal do cinema americano.

Manchester By The Sea despertou a minha curiosidade desde que começou a ser falado nos media internacionais. A película apresenta-se como um drama profundo e acutilante que explora as dores do passado, frisando a importância da família como factor de equílibrio nos bons e maus momentos das nossas vidas.

Caracterizado por um elenco que se mostra de corpo e alma no filme, Manchester By The Sea é a derradeira manobra de afirmação de Kenneth Lonergan como escritor e realizador, dando seguimento aos sucessos de You Can Count On Me e Gangs of New York (oh Daniel Day-Lewis, where art thou?). Poderemos estar próximos de uma chuva de prémios…

E, só pela piada, sabia que o Matt Damon esteve muito próximo de se estrear como realizador neste filme? Refrescante e assustador ao mesmo tempo, precisamente.

Sully

usp-01126rv3

Parece que está a virar tradição: quase todos os anos surgem filmes baseados em factos reais entre os favoritos às estatuetas douradas. E 2017 não deverá ser excepção. Lembra-se do milagre do Rio Hudson, no qual um piloto comercial conseguiu “aterrar” um avião com 155 passageiros no mais famoso rio de Nova Iorque?

Sully, diminutivo para o capitão Chesley Sullenberger, tem como protagonista o nada-estranho-aos-óscares Tom Hanks e divulga as investigações que quase arruinaram a vida de um herói nacional. A película conta com Clint Eastwood na cadeira de realizador, sendo que a narrativa foi construída à volta da autobiografia de Sullenberger, Highest Duty, cujos direitos foram comprados em 2010, um ano depois do acontecimento.

O filme arrebatou vários milhões nas primeiras duas semanas de abertura nos Estados Unidos, triplicando o seu orçamento inicial. Espero que não tenha perdido a sua passagem pelo cinema português, o filme estreou em solo lusitano a 8 de Setembro deste ano…

E agora, senhoras e senhores, Denzel Washington e Viola Davis.

Fences

fences-denzel-washington-and-viola-davisÀ primeira vista, Fences soou-me ao The Color Purple. Com imenso potencial, mas com o enorme risco de alcançar muitas nomeações e nenhum óscar. Depois de um ano conturbado em Hollywood (que culminou num boicote aos Óscares por parte de vários actores negros), Fences é a lufada de ar fresco que a Academia precisa para os prémios deste ano.

E que dupla esta, hein? Denzel Washington incorpora o papel principal e a cadeira de realizador e junta-se à magnífica Viola Davis, numa adaptação da peça de teatro Fences (de August Wilson) para o grande ecrã. E se esta peça alcançou um Pulitzer, a recriação cinematográfica do adultério na família Maxson poderá arrebatar várias estatuetas douradas.

Fences chega aos Estados Unidos no Dia de Natal, mas só deverá chegar a Portugal durante o mês de Fevereiro. E, caros leitores, não vos vou mentir: adorava que o Denzel Washington ganhasse mais um óscar!

Hacksaw Ridge

d4584c20-5506-11e6-934e-a9f43fca48f4_20160728_hacksawridge_trailer1De volta aos filmes inspirados em factos reais, Mel Gibson entra de rompante no oscar ballot da maioria dos críticos de cinema (também não imaginava dizer isto, mas é a verdade). Hacksaw Ridge é o wildcard deste grupo, mas não deixa de ter o seu mérito.

E não é que o Andrew Garfield aparece em grande neste filme? Para quem leu a minha crónica anterior, as minhas sinceras desculpas. Mas ele é mesmo um terrível Spiderman… But guess what? Ao que parece é um grande actor.

Na pele de Desmond T. Doss, um soldado americano que se recusou a participar na Segunda Guerra Mundial, o filme desenrola-se dentro e fora do campo de batalha. Ostracizado e chamado de desertor, Doss tornou-se um ícone dos pós-guerra, depois de salvar 75 soldados na Batalha de Okinawa sem disparar um único tiro. Com um elenco rico em velhos conhecidos (Vince Vaughn e Hugo Weaving, entre outros), Hacksaw Ridge é uma das histórias de compaixão mais cruas dos tempos de guerra que prima pela maneira como é filmado e imaginado na, cada vez mais louca, mente de Mel Gibson.

Os dados estão lançados.

Mais do que uma crónica de opinião, esta publicação serve para abrir o apetite dos leitores para a época dos titãs do cinema. Toca a ver esses filmes! Junte-se a alguns amigos, veja uns bons blockbusters e faça as suas previsões. Comece a organizar a noite dos Óscares (se calhar é um bocadinho cedo, but why not?) e prepare-se para a red carpet.

Gostaria de mencionar que existem muitos outros na corrida: Loving, Arrival, Moonlight e Lion são apenas alguns dos exemplos de filmes que poderiam perfeitamente constar nesta lista. Cada um come do que gosta, já dizia o outro (seja lá quem ele for). Informação adicional: o melhor actor de todos os tempos, Jackie Chan, vai receber um Academy Honorary Award, na categoria  “arrear com pessoas de todas as etnias e feitios”.

Se isto não lhe fizer ligar a tv para ver a cerimónia, então nada o fará.
No próximo mês são as séries que tomam o palco. As melhores de 2016, aqui no seu Ideias e Opiniões! Até lá, bons filmes, boas séries e não abuse nas pipocas porque o Natal está aí a chegar…