Palavras Para Quê?

Ao som de Yiruma, tudo parece mais fácil; tudo parece mais doce; tudo parece enxergado num movimento interior, repleto de energia e de luz. As palavras parecem denotar-se mais pelo que significam como ideia emocional do que propriamente pelo conteúdo transposto da realidade. Isto é, em vez de sentirmos palavras a raciocinar acerca da doença – realidade – sentimos palavras que parecem redimir nosso inconsciente doente sob as mais diferentes formas: contemplação, viagem, introspeção, distanciamento das situações, valorização do Eu, aprimoramento da capacidade de análise. No artigo anterior falei de bondade. Assim lida – bondade – no contexto atual e segundo a minha interpretação, se parece só como uma palavra, sobressaindo artificialmente aquando lida no papel; mas ao som de Yiruma, a bondade fica mais bondosa, a escrita mais esplendorosa e plena de virtudes e emoções carregadas dos nossos suplícios ao mundo para transformar este mundo num mundo com mais conteúdo. Palavras para quê? É como te olhares no espelho e perguntares-te a ti mesmo: «O que vês?». Aprendi com um monge que uma das mais curas sagradas é o silêncio; então palavras para quê? Nesse dia que aprendi do silêncio, foi espetacularmente engraçado. O monge perguntara algo como: «Então Patrícia, o que aprendeu, qual a resposta a isto ou a resposta aquilo? E eu…(nada disse). Silenciei. Mas silenciar e não dizer nada não é a mesma coisa. As palavras subjugam o silêncio para capacitarem a capacidade de análise sobre a realidade, os acontecimentos, as relações, por isso o grande dever de a utilizarmos bem, segundo as nossas demais consciências. Admiro os meus colegas cronistas que extraem dos acontecimentos conjunto de palavras bonitas dando-lhes humor, raciocínio, explicando de um modo mais fácil aquilo que muitas vezes não consigo compreender logo à primeira vista. Mesmo nessas palavras sinto silêncio. Pausa. Caráter. Um modo de parar para falar sobre algo.

Ao som de Yiruma, também eu silencio. A nossa querida cronista Raquel Santos, utilizou as palavras para dar origem a um lindo conto Infantil chamado ‘ O Estranho Caso de Mariana’, do género Infanto-Juvenil. Então, palavras para quê? Para servir a expressão de emoções, sorrindo, pensando, motivando, concentrando, etc, etc..

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
Visite o blog da autora: aqui