Panama Papers: o fim da inocência

O famoso caso Panama Papers, que surgiu a público na passada Segunda-feira, foi divulgado por um consórcio internacional de jornalistas. Desde políticos e respectivos amigos e familiares, passando por futebolistas e empresários, há um vasto elenco de individualidades, algumas delas (até este momento) bem reputadas. Nos próximos dias espera-se que cheguem a público mais individualidades, conhecidas do público em geral, implicadas neste Panama Papers.

Este caso representa o princípio do fim da inocência quanto ao conhecimento que se detém acerca dos offshores. A imprensa do mundo ocidental sempre foi divulgando aqui e ali algumas situações de casos de fuga ao fisco com recorrência a offshores, mas nunca nenhuma situação do mesmo género atingiu as dimensões que esta tomou.

Os media assumem-se, uma vez mais, como o contrapoder do planeta, ou seja, o chamado quarto poder que é o fiel da balança, equilibrando as coisas quando há desequilíbrios e procurando sempre a verdade e divulgá-la a todo o mundo.

Independentemente das consequências que este caso irá tomar, penso ser necessário que o comum cidadão reflicta: será que está certo deixar que pessoas com dinheiro se aproveitem e com isso ganhem ainda mais dinheiro, ao não pagar impostos devidos? Se estes endinheirados não pagam impostos, alguém terá de os pagar, certo? E quem os pagará? A resposta é sabida…

Temo bem que mais uma série bem intencionada de tentativas de legislar e regulamentar melhor estes offshores caia em saco roto. Colocar fortunas nas Ilhas Virgens Britânicas são o apanágio da fuga de capitais e da lavagem de dinheiro, e o império financeiro de Elizabeth II não parece ter interesse algum em findar com este impropério para com a dita plebe.

Será difícil levar à justiça os prevaricadores. Mas na moral e ética de cada um de nós reside um tribunal que não deixará de ditar a sua sentença acerca deste escândalo dos Panama Papers.