Panóplia de Temas 3

A riqueza (isto é, quantidade) de novidades (boas e más) durante esta semana, obriga-nos a voltar à Panóplia de Temas, na sua versão ‘3’, uma vez que, tentando não vos maçar, refletiremos de forma transversal acerca dos assuntos seleccionados para a crónica semanal.

1) Finalmente, o país tem direito a conhecer da parte do PS, algumas propostas concretas para uma eventual governação! Apesar de serem ainda propostas de estudo para os lados do Largo do Rato, parece que afinal António Costa deu um “ar da sua graça”, ao apresentar um conjunto de propostas concretas para uma eventual governação socialista, caso este partido venha a vencer as eleições legislativas. No entanto, também parece que o Largo do Rato “pariu um rato” pois, apesar de muitas deles serem simpáticas para os eleitores, pelas contas do Ministro da Economia, elas carecem de uma disponibilidade financeira, por parte do Estado, de mais de 2 mil milhões de euros. Também não parece muito inocente o facto de a maior parte dos analistas económicos que estudaram estas propostas não serem oriundos predominantemente da “nata” dos cérebros económicos deste país, tão pouco de individualidades na sua maioria independentes, uma vez que muitos deles ou militam no partido ou são inclusive deputados atuais do PS no Parlamento. Pergunto: será mais do mesmo? Será que querem voltar ao caminho da dívida, do facilitismo e do esbanjamento dos recursos que sofremos antes da troika? Esperemos que não! Todavia, o povo português já está habituado a distinguir o “trigo do joio” e não raras vezes, faz as suas escolhas com base na seriedade das propostas políticas e da responsabilidade. Vamos ver aonde isto nos leva. Vamos ver também quais são as respostas concretas que virão dos lados da maioria. Ainda faltam muitos meses para as eleições e, até lá, muita água correrá por debaixo da ponte, pelo que, o que desejo, é que os portugueses saibam no momento exato decidir e escolher o que melhor será para o futuro deste país.

2) Como benfiquista assumido que sou, confesso que fiquei um pouco preocupado com o quase milagroso resultado do FCPorto em casa frente ao Bayern Munchen! Não porque não desejasse a passagem do Porto às meias finais da Liga dos Campeões, antes pelo contrário. Sou benfiquista, mas não sou sectário nem fanático e orgulho-me das boas prestações dos clubes portugueses – qualquer um deles – nas sendas internacionais. A minha preocupação tinha mais a ver com a provável euforia que uma hipotética passagem do Porto poderia trazer para a Liga caseira, pois que, após uma vitória ou empate ou até uma derrota por 1-0  ou 2-1 do Porto na Alemanha, iria com certeza catapultar o clube para um exuberante final de época, tendo em conta que o próximo jogo será com o Benfica na Luz e – lagarto, lagarto, lagarto – já tenho visto nos últimos anos superações do Porto na Luz mais do que gostaria e do que estava à espera. Pena que o Porto não tenha passado. Pena também pela humilhante goleada sofrida, como não se via ao Porto desde… nem sei quando, nem me apetece ir pesquisar. No entanto, contrariamente ao que afirmou Quaresma e Lopetegui, o Porto irá à Luz muito em baixo animicamente, psicologicamente e até fisicamente, pelo que penso, espero (e temo, que para os lados do Dragão) que o desfecho desde fim-de-semana seja o embalar do Benfica para uma reconquista da Liga, ganhando e por isso distanciando-se para 6 confortáveis pontos. Mas, mesmo ganhando, cuidado, Jorge Jesus! Não te aconteça como já antes sucedeu, principalmente muita atenção com o jogo em Guimarães… Assim penso e assim espero!

3) Para terminar, gostaria de deixar uma palavra de pesar e ao mesmo tempo de indignação para as mortes que continuam a acontecer no Mediterrâneo. É inconcebível que esta Europa que se diz a pátria da liberdade, da democracia e da civilização humana que deixe continuarem a acontecer tragédias como as desta semana, onde morreram centenas de pessoas às portas da Europa, vítimas de traficantes de humanos, sem que tenham sido já tomadas medidas duras de vigilância e de apoio a essas pessoas que procuram uma vida melhor, fugindo à perseguição à pobreza extrema, à ostracisão a que são acometidas nos seus próprios países. É urgente que os países mais influentes da Europa canalizem esforços no sentido de um maior patrulhamento dessas águas mortais, não tratem os imigrantes como escravos nem como desertores, mas como pessoas humanas que são, como nós todos, à procura de melhores condições de vida para si e para as suas famílias e que tentam fugir de regimes políticos conflituantes, de onde não chega o desenvolvimento e a inclusão das pessoas, mas apenas da luta pelo poder, para o enriquecimento dos podres políticos, contra o empobrecimento do povo que os sustenta.

Vê-mo-nos na próxima quinta! Espero que com estas questões resolvidas!

Até lá!