Para mim, férias de Páscoa é sinónimo de diversão, para outros de preguiça e para alguns de pura bebedeira. As viagens de finalistas potenciam todas estas coisas, mas principalmente a última de que falei. O caso do jovem português que morreu numa destas viagens, em Lloret Del Mar, recentemente, chocou- me. Este tinha 17 anos e encontrava-se a discutir com a namorada, quando caiu da janela do 5º andar que dava para a piscina do hotel . Dois anos antes, na mesma localidade, morreu outro jovem, em consequência também de uma queda na varanda. Não sendo diretamente relacionados com o álcool, ambos os casos refletem o caos completo que são este tipo de viagens no nosso país.
Além destas duas tragédias, é bem conhecida a quantidade de casos embaraçosos que acontecem por falta de informação, sentido do ridículo e supervisão de professores. Raparigas a pedir a pílula do dia seguinte em voz alta, em pânico; comas alcoólicos; jogos perigosos ( como o chamado “balconing” que consiste em quedas livres das varandas para as piscinas dos hotéis, jogos de bebida que duram toda a noite ); promiscuidade e violações.
Isto tudo porque os alunos vão sozinhos, muitas vezes sem experiência neste tipo de situações nem ideia do que é diversão e de quando esta passa “ dos limites”.
Até podem dizer que não estou a agir de acordo com a minha idade, que não me sei divertir , que estas viagens podem não ser assim tão perigosas e que estes acidentes são casos pontuais, coincidências sem relação entre si. Mas , na minha opinião , para nos divertirmos, não é preciso ter um copo na mão, basta música que dê para dançar e uma boa companhia; as viagens não precisam de se deixar de fazer , mas de serem mais controladas ; os acidentes deste género cada vez têm tendência a acontecer mais, com a banalização de vários tipos de droga e da promiscuidade valorizada pela pressão dos nossos pares.
Ou seja, na maioria destas viagens, se não bebermos, somos criticados e postos fora do grupo, assim como se não tivermos expostos a vários comportamentos de risco. Ficamos conhecidos como os “betinhos” que não se sabem divertir.
Mas, cá para nós , acho que sempre é melhor ser betinha do que acabar a viagem sem dignidade ou qualquer memória de alguma vez me ter divertido.
Crónica de Sofia Marques
A minha vida e outras Insanidades
Uma pequena correcção, o rapaz que faleceu este ano em Lloret não caiu de uma varanda que dava para uma piscina, a varanda dava para a rua daí a polícia espanhola ter desde logo posto de parte a hipótese de balconing.
E quanto às viagens de finalistas nessa terra espanhola, há cinco anos estive lá e era menor de idade. Fiz lá a minha viagem de finalistas como muitos milhares de portugueses e apenas digo, só bebe quem quer, só faz asneiras quem é estúpido. Se os jovens de agora armam-se em “frescos” problema deles, pena daqueles que partem sem ter feito nada.
Obrigada pela correcção!
Olá, bem, é verdade que por influência de amigos muitas pessoas tomam atitudes que não querem, mas, se em um grupo alguém é forçado a beber pra não ficar como betinho, então creio que deve sair deste grupo e procurar outro que se encaixe com seus valores….
Para mim, Páscoa é estar com a família, em reunião, para comemorar a vitória de Cristo sobre a morte, já que na Páscoa ele ressuscitou.
Beijos… Deus te guarde!
Feliz e abençoada Páscoa!