Pensamentos dispersos na mudança

As alturas de mudanças além de todo o stress que envolvem podem funcionar quase como terapia. Eu gosto de mexer em toda a tralha, ver o que acumulei ao longo dos tempos. Voltar a “olhar” para coisas que achávamos que já estavam esquecidas e que voltam à memória só com o vislumbre de uma foto, uma carta ou algo mais simbólico. Gosto de olhar para as coisas e associa-las a momentos passados, a alturas em que me senti melhor ou pior. E ver o quanto fui evoluindo e crescendo ao longo do tempo. E no meio da dessarrumação de caixas, lixo e pó e coisas fora do lugar, voltar a arrumar ideias e sentimentos. É também desesperante ver a tralha que acumulei e que vou ter que transportar para um novo local. Sim, porque as recordações são para se manter e nas próximas mudanças vou ter que analisar as recordações mais antigas mas também as novas que entretanto vou ter.

É também nestas alturas em que normalmente aparecem coisas que estavam perdidas mesmo depois de as termos procurado muito bem.

E há também o nervoso miudinho, o frio na barriga, de pensar como vai ser no novo local, na nova casa ou na nova cidade. Mas como se costuma dizer: “Quem muda Deus ajuda”. Que assim seja!

Crónica de Maria Café
Pensamentos Dispersos