Pensamentos dispersos na Queima – Maria Café

Hoje é um dia de festa para os estudantes da cidade do Porto… Aliás toda a semana é de festa mas hoje é um dia marcante. Quer para caloiros, que o vão deixar de ser, quer para “doutores”, que o estão para ser verdadeiramente.
Tenho saudades do tempo de estudante, das serenatas, das queimas e das praxes. Não me posso queixar das praxes nem acho que seja um ritual “estúpido” como muitos dizem. Agora o que sempre me fez uma certa impressão é a importância que se dá aos veteranos, estudantes têm mais matrículas do que aquelas que são necessárias para acabar o curso. É certo que as coisas podem correr mal e tal e até pode ser necessário ficar mais um ano. Mas no meu ponto de vista isso não será motivo de orgulho. Além de que a maioria dos veteranos não tem pressa de deixar de o ser. E este ano fiquei ainda mais estupefacta quando ouvi uma caloira (sim ainda no primeiro ano e já a pensarem nisto) queixar-se “que a mãe não percebia que era normal ficar mais um ano e que exigia que ela acabasse o curso no tempo certo” e a amiga a dizer-lhe para ela explicar à mãe “que é o que toda a gente faz”.
Outra coisa que sempre me aborreceu foi o excesso de álcool que sempre se vê nos cortejos académicos e antes de eles começarem. Não me vou armar aqui em moralista mas parece-me que num dia em que a cidade pára para ver os seus doutores e doutoras (afinal a esperança do futuro),numa altura em que a família vem orgulhosa para a baixa os estudantes deviam estar na “sua melhor forma”. Porque é possível haver boa disposição e alegria sem excesso de álcool.

Crónica de Maria Café
Pensamentos Dispersos