Pensamentos dispersos no Natal

Para mim o Natal é talvez a melhor altura do ano. Adoro o espírito, as músicas, as ruas iluminadas (poucas este ano), o convívio, as compras, os doces, a comida, os dias dedicados à família. E isso para mim é mesmo o mais importante. Mas parece-me que também este sentimento de família está em crise. Ou então sou eu que sou muito antiquada.
É que agora está na moda (se bem que a moda somos nós que a fazemos) a seguir à consoada e à troca de presentes os jovens irem para a discoteca “curtir a noite”. Ou seja, “vamos lá a despachar isto dá cá a minha posta de bacalhau e a minha batata entretanto podes já dar a minha prenda que eu combinei com a malta e à meia-noite tenho que estar a sair”. Sinceramente isto faz-me um pouco de confusão. Há alguma coisa melhor do que passar uma noite calma e tranquila com a família reunida, na brincadeira e na conversa e depois ir dormir com o “coração bem quentinho”?
Outra coisa que muito me admirou este ano foi que há agências de viagens que têm planos especiais para estas alturas em que o dia 24 e o dia 25 são passados em algum hotel de Portugal. Será que há muita gente a aderir a essas viagens? Será que são pessoas que não têm família e amigos com quem passar esta quadra festiva?
Porque mais do que dar e receber presentes o Natal é amor é carinho é alegria. É estarmos perto daqueles que nos são queridos e ganharmos força para enfrentar mais um (duro) ano.

Crónica de Maria Café
Pensamentos Dispersos