Pensar positivo – Dicas para mudança na vida quotidiana

O pensamento negativo contribui para o caos e a desordem interior que se faz sentir nas vidas de cada um, e muito provavelmente na vida do coletivo social onde estamos inseridos – emprego, família, amigos, dentre outros grupos onde possamos pertencer.

Vive-se uma época em que se fomenta o pensamento negativo das mais variadas formas, subtilmente, sem darmos conta…

É preciso parar, olhar, e respirar fundo, numa espécie de “meditação interior” que não leva mais do que um minuto, e que pode significar uma pausa revigorante para olharmos as coisas com outros olhos.

As notícias chegadas das mais variadas formas, frequentemente más e negativas, aquela senhora ou aquele senhor a conduzir que foram mais agressivos, mal educados e rudes, juntamente com aquela pessoa que foi antipática, aqui e ali, os horários a cumprir e a pressão no tempo e horas para trabalho, almoço ou jantar, compromissos vários, mais aquele telefonema e a outra mensagem a que temos de responder, que temos que atender, enfim tudo isto causa uma acrescida pressão interior, que apenas contribui para uma “má disposição” ou humor nas pessoas, sem que percebam o porquê muitas vezes.

O negativismo vai corroendo devagarinho, e as pessoas não se apercebem da visão distorcida e negativa que acabam por ter, da própria vida, do outro, e até de si mesmas, através desta invasão do pensamento e dos sentimentos, numa forma muito camuflada, mas que vai passando. O caos instala-se frequentemente, desorganizando os sentimentos humanos, e, através disto, alcança os pensamentos e distorce os mesmos, de forma frequentemente negativa. Até mesmo quando tentam olhar pela forma positiva as coisas, muitas vezes só conseguem “nivelando por baixo”, ou seja : “aqueles estão tão mal…não me devo queixar”…isto numa espécie de resignação que em nada tem a ver com a mentalidade positiva com que devemos realmente olhar a vida, em que o nosso bem nunca é por comparação ao mal dos outros, mas antes porque queremos o nosso bem e o dos outros à nossa volta, sem mais.

Uma das coisas de que não nos apercebemos é do efeito “bola de neve” que o “mal” tem, ou seja, todo o caos e coisas negativas do dia, vão surgindo muitas vezes de forma sútil, e fazem depois com que também nós sejamos mais negativos e desagradáveis para os outros…e os outros para nós, e assim sucessivamente…Mesmo nas redes sociais como no facebook por exemplo, existem pessoas que olham o feed notícias e ficam impregnadas pela negatividade de alguns posts que entram e ficam na sua mente, sem que elas sequer se possam dar conta…

No fundo é isto: O mal atrai o mal, o bem atrai o bem, “simple as that” (tão simples como isso).
Quando somos gentis atraímos logicamente a gentileza do outro; quando tecemos um elogio a alguém, não para “alimentar egos”, mas no sentido de sermos honestamente gentis com o outro, produzimos efeitos positivos à nossa volta, no outro, e em nós. Tarde ou cedo, mesmo sem esperarmos ou sequer desejarmos, as nossas ações têm um retorno. Quando paramos um minuto para respirar fundo e “esvaziar a mente”, alcançamos uma paz que trava a agitação e o caos da correria e da pressão e que nos permite “recarregar baterias” e travar o efeito “bola de neve”.

Quando em vez de usarmos as redes sociais para colocarmos “recados” e “disparar” contra “os invejosos”, os “malvados”, os “fofoqueiros”, os “etc, etc., etc.”, enaltecermos aquilo que é bom, procurarmos partilhar uma mensagem positiva simples, um quadro de beleza ímpar, uma paisagem, algo que ajude o outro, uma ação positiva de alguém que faça parte das figuras públicas, enfim qualquer fato positivo de acordo com a nossa forma de estar e de ser, claro está, tornamos o nosso mundo melhor, e afastamos com indiferença os hipotéticos “malvados”, “invejosos”, etc., porque não encontram eco em nós…Se em vez de partilharmos mensagens de ódio, partilharmos mensagens de tolerância, a bola de neve da negatividade vê-se travada, e começa a do pensamento e sentimentos positivos. Assim é nas redes sociais, assim é na vida. A maldade, ao encontrar a indiferença, fica nula; ao encontrar o bem, transforma-se.

Devemos “vibrar em elevadas frequências”, não alimentando coisas “mesquinhas”, “pequeninas”, “pequenas vinganças pessoais”, “bate boca”, “diz que diz”, e afins…Devemos ser sempre que pudermos indiferentes a tudo isto, e conduzir a nossa vida de forma segura e gentil, que “quebre” as más intenções e o pensamento negativo de alguns, e que o anule ou transforme nas nossas vidas.

É uma espécie de “psicologia positiva”: Dar mais relevo ao bom do que ao mau, transformar o mal em algo de bom sempre que pudermos.

Dar relevo por exemplo: ao sorriso, ou à voz, de quem amamos; à gentileza do olhar de alguém; ao cheiro do pão acabado de fazer, nas ruas próximas do supermercado onde passamos; ao agradecimento que alguém nos fez…

Pensar com uma atitude positiva, leva tempo, exercícios mentais, alguma disciplina, e muita força de vontade, mas depois passa a fazer parte das pessoas e a ser a sua forma de pensar preferencial.

Moldamos o nosso sentimento e o nosso pensamento, o que somos, e até as nossas vidas, através destas pequenas coisas, daquelas que passam despercebidas no dia a dia mas que nos influenciam tanto…Afastamos também os pensamentos negativos de todos aqueles que ainda não são assim (hão-de lá chegar se quiserem, claro), ou pela indiferença ao “mal que trazem”, mesmo inconscientemente, e desta forma esse mal não encontra em nós o eco de que o pensamento negativo precisa para se alimentar e crescer, ou transformando esse mal em algo de bom e positivo, sempre que possível. Reparem, não é ser indiferente à pessoa, e sim ao pensamento negativo que ela traz consigo ou nos transmite.

Também não se trata de não ver o que existe de negativo à nossa volta, mas dar antes mais relevo ao que existe de positivo, sempre que isto for viável.

Deixo este exercício simples para esta semana:
1- Parar por um minuto no nosso dia e “relaxar”… “esvaziar a mente de emoções e pensamentos”.
2-Ter pelo menos três pensamentos/sentimentos positivos baseados no que vemos à nossa volta em cada dia: um no começo do dia; outro a meio do dia; um no fim do dia.
3- Observar as coisas negativas que chegam até nós e não “alimentar”, não reforçar as mesmas dentro dos nossos pensamentos, antes tentar ver algo de positivo nas mesmas ou ser indiferente.
4- Usar da tolerância e da gentileza conosco mesmo e com os outros.
5- Tentar fazer todos os dias, pelo menos uma coisa que realmente goste e que seja positiva (pode ser pouco tempo, mas o suficiente para se sentir bem consigo mesmo).
– É tudo uma questão de atitude, por ex., em vez de: “o raio dos pássaros sujaram-me o carro todo, que chatice”, temos pois: a) “ainda bem que tenho carro”; b) “ainda bem que consegui estacionamento para o carro”; c) “que giro ouvir os pássaros a chilrear em plena cidade”; d)“que bom entre os prédios poderem existir estas árvores”; e) “olha que bom, até gosto de ir lavar o carro e ele estava mesmo a precisar”….e haveria mais opções…muitas…todas elas positivas.

Nestas coisas simples do quotidiano é fácil inverter o processo, seja por uma via ou por outra…Pensar positivo muda a nossa forma de estar, dá boa saúde física e psicológica, promove o nosso bem estar individual e coletivo.

É de uma inestimável importância ter sentimentos e pensamentos positivos e ver o bom que existe nas coisas à nossa volta. Muda as nossas vidas e as dos outros.

A propósito disto mesmo, e para quem tiver interesse, tentarei numa próxima crónica abordar a questão da saúde e da doença, relacionada com os nossos sentimentos e pensamentos, na perspetiva psicossomática, ou seja de uma forma simples, quando tudo o que é mental e “negativo” se transforma em doença física real, e como podemos fazer para travar esse processo.