De Penta a pintaínho da Costa

Se hoje Penta da Costa fosse presidente do Porto, Marco Silva seria treinador do clube. Se ontem pintaínho da Costa fosse presidente, Bobby Robson nunca teria sido contratado.

Porque Penta da Costa era um homem corajoso, um homem que depois do falhanço da contratação de Ivic, um treinador despedido dum grande de Lisboa e de idade avançada, contratou para o substituir Bobby Robson, um treinador que também tinha sido despedido dum grande de Lisboa e que também tinha idade avançada.

A coragem em decidir pelo melhor, sem medo do passado, sem medo de tipologias, com a consciência que cada treinador é um caso único, resultou nos alicerces dum merecido pentacampeonato.

Já pintaínho da Costa, parece ser um homem receoso, um homem que depois do expressivo falhanço Fonseca – um treinador vindo dum clube menor, jovem e sem grande currículo – vacilou em substituí-lo pela melhor opção existente no mercado. Isto porque, Marco Silva também era um treinador vindo dum clube menor, jovem e sem grande currículo.

Neste caso, o resultado do medo, só poderia ser aquilo que estamos a testemunhar agora, em vez de um penta de vitórias, os azuis e brancos aproximam-se dum triénio de derrotas.

E não se ficam por aqui as diferenças, lembram-se da saída de Drulovic? Pois bem, na altura de Penta da Costa, os jogadores à Porto eram muitos, não havia necessidade de se cometerem loucuras para os segurar, os outros é que tinham que vir ao clube buscar o que não tinham, pagando o que não podiam. E levavam jogadores já perto da reforma, que só os atiravam ainda mais para o fosso financeiro em que foram parar.

Na actual era, na era pintaínho da Costa, acontece o contrário, são os Dragões que têm que cometer loucuras financeiras para garantirem jogadores com essa fibra, porque o plantel não os tem. E como não existem milagres, Maxi arrastar-se-á em campo nos últimos anos de contrato, com os bolsos cheios, assim como Drulovic o fez.

Voltando à estratégia do mais vitorioso presidente do nosso futebol, com ela, o Porto vendia estrelas, mas não contratava estrelas. Ninguém conhecia Pepe, nem Hulk, nem Deco e tantos outros na alta roda do futebol europeu, mas todos saíram daqui conhecidos. E assim, o Porto conseguia equilibrar as contas.

Já Pintaínho da Costa, com a sua estratégia de aumento inusitado da folha salarial, tem para apresentar 40M€ de prejuízos acumulados, em 4 anos que bateu todos os recordes de vendas.

E vamos ver uma coisa, quando vemos Casillas, Tellos e Osvaldos, algo nos traz à memória, os Cannigias, Suazos e companhia ilimitada – coloco ênfase no ilimitada.

Acabando com os Pentas e os Pintaínhos, tenho o maior respeito por Pinto da Costa, um presidente que conseguiu fazer o impossível, pegou num clube sem chama, sem confiança, sem grandes títulos, e inexistente internacionalmente, levando-o a ser o melhor português a nível internacional, rivalizando com o outrora inalcançável Benfica por essa condição a nível nacional.

As perguntas que deixo a todos são: Será que esse Pinto da Costa ainda existe? E mais, em defesa da sua obra não seria altura de sair?