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Portugal no Euro 2016

O facto de Portugal estar no Euro já deu, ainda antes de terminar, para ver que, pelo menos no que toca a futebol, os emigrantes e luso descendentes em França (e não só) não esquecem o seu país de origem. Talvez até estejam mais empolgados com a selecção nacional que muitos dos que vivem em território nacional.

Hoje vi um português recém chegado a França (emigrou por necessidade de mudar de vida, dizia ele ao repórter) dizer “nós não temos a melhor selecção da Europa e temos as expectativas muito altas”. Após duas jornadas da fase de grupos sou obrigado a concordar. Nós temos excelentes jogadores – outros tantos não foram convocados – mas ainda não somos equipa. Temos muito potencial, mas falta entrosamento, falta mais confiança, mais trabalho de equipa. Convém relembrar que esta é a minha opinião. O caríssimo leitor poderá ter a sua, diferente da minha, mas de certo concordará que, como está, não está a correr muito bem.

Por as culpas no Cristiano Ronaldo, no Quaresma, no Moutinho ou noutro qualquer não ajuda. Como dizia hoje alguém nas entrevistas após o jogo (já não me recordo quem), quando se ganha ganham todos, quando se perde, perdem todos. A não ser que o treinador seja o José Mourinho, que dizia que quando as equipas dele ganhavam era culpa de todos, quando perdiam era culpa dele, só dele.

A equipa não jogou mal nos dois jogos. Mas como todas as equipas portuguesas – seja qual foi a modalidade -, quando jogam sob pressão perdem a cabeça e a ansiedade leva a melhor. A partir daí parece que nada sai bem. E se a critica para muitos é jogarmos sem um ponta de lança de raiz, já se tentou com o Eder e não resultou. E mesmo com o Cristiano, extremo que tem mais golos marcados ao serviço do seu clube que muitos avançados de raiz, a bola teima em não entrar.

Como bons portugueses que somos, estamos habituados a sofrer. E desta vez não vai ser diferente. Mas também está no nosso sangue resolver os problemas, desenrascar e superar-nos sempre, tanto os bons como os maus momentos. É assim o “tuga”.

Crónica de João Cerveira

Este autor escreve em português, logo não adoptou o novo (des)acordo ortográfico de 1990