Praxe, Sensacionalismo e Estupidez!

No passado dia 14 de Dezembro, sete jovens tiveram um terrível final de noite no Meco, foram engolidos por uma onda quando se encontravam à beira mar, apenas um teve a sorte de sair com vida. Foi a primeira vez que vi um caso destes nas nossas praias, e foi também a primeira vez que vi o nosso jornalismo passar de completamente parcial sempre que fala de praxe, acusando a de ser cobarde e fazer mal aos jovens, para passar a ser completamente medíocre e podre. Sensacionalismo barato.

Passar de a praxe é cobarde para a praxe mata, é tão chocante que parece uma piada de mau gosto. Eu percebo que exista muita gente que não perceba a praxe, porque nunca a viveu ou simplesmente porque nao se identifica, mas da mesma forma que quem praxa e gosta não questiona os que não gostam e não se identificam porque raio têm de estar sempre a bater na mesma tecla? Desnecessário.
Obviamente que há praxe e praxe, e há praxe positiva e negativa, óbvio que há bons e maus praxantes, óbvio que há praxe pensada para integrar os caloiros e praxe para os humilhar. Mas também há bom e mau jornalismo, e bons e maus jornalistas, e os bons sabem como é frustrante quando ouvem generalizações do público, tais como, os jornalistas são todos iguais, os jornalistas são sanguessugas etc… Pois bem para um bom praxante ou para alguém que siga os reais valores da praxe académica também é desconfortável ser comparado aos que usam a praxe para se afirmarem.
Mas óbvio que para quem escreve num jornal, por detrás de uma muralha de proteção, pode dar se ao luxo de fazer os títulos mais sensacionalistas e absurdos de que há memória.
Mas vamos ao busílis da questão, toda está associação é estúpida e baseada em premissas falsas e hipócritas, ora vejamos, se os sete jovens tivessem estado a fazer voluntariado a tarde toda e tivessem ido para a praia à noite, ninguém ia ser estúpido ao ponto de fazer uma machete de jornal a dizer a praxe matou jovens, ou algo do género.
Em contrapartida a praxe, já mata, ou melhor já é um tema porreiro para associar ao infeliz acontecimento do dia 14. Cresçam e sejam imparciais.
Eu não sei quanto ao leitor mas, na minha opinião títulos destes começam a associar, os jornais em questão, a notícias falsas e para vender capas, não sei para quem isto será bom, para os jornais não é, para as famílias deve ser revoltante e para qualquer trajado de qualquer faculdade deste pais, bom ou praxante é mau.
A praxe não vai desaparecer tão cedo, desistam antes que percam ainda mais leitores a tentar. E que as seis vidas perdidas não deixem também elas de servir exemplo para todos nós.