Presidenciais: Marcelo quem?

Honestamente, ainda não decidi em quem votar nas presidenciais. Mas parece-me claro que é quase impossível que seja em Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo terá a inteligência e o conhecimento jurídico, mas, se bem me lembro dos seus anos de comentário politico, ele, na minha opinião, nunca conseguiu ser imparcial. Era sempre demasiado brando nas criticas feitas ao governo de direita e bastante duro nas criticas à esquerda, mesmo em situações semelhantes. Noutros temas, como por exemplo, no referendo pela despenalização do aborto (sob as condições propostas, obviamente), Marcelo fez campanha pelo não, o que para mim é reprovável. É a opinião dele, mas eu também tenho direito à minha opinião e esse episódio em especial (aliado a tantos outros), fez decrescer a consideração que tinha pelo professor. Outra coisa, que talvez tenha passado despercebido, foi que ele disse, num dos seus comentários, que com ele era “chapa ganha, chapa gasta”. Poupança zero. Se pensarmos bem, para alguém parcial e gastador já basta o Sr. Silva.

Sobre Sampaio da Nóvoa ainda não li o suficiente para ter uma opinião consistente. Conheço parte do seu percurso académico e sei que não tem experiência na politica, o que pode ser uma vantagem (não há “vícios”). Por outro lado, Maria de Belém tem imensa experiência politica, inclusive governativa, o que lhe dá vantagem na avaliação do que o executivo deve/pode fazer. Quanto a nomes como Marisa Matias, Edgar Silva e Paulo de Morais, creio que, apesar de nem todas as ideias serem descabidas, há algumas ideias deles que vão para além da função do Presidente da República. Parecem mais ideias de quem quer governar o país. E, ao contrário do que pensa o Sr. Silva, não é suposto governar-se a partir de Belém.

Crónica de João Cerveira

Este autor escreve em português, logo não adoptou o novo (des)acordo ortográfico de 1990