Pumpkins scream in the dead of night

A ouvir a OST do filme do Tim Burton, The Nightmare Before Christmas, e a ficar inspirada para o dia de amanhã e esta crónica.

Halloween!

Se eu gosto do Halloween? SIIIIIIM!

Fiz como sempre faço, pesquisei sobre as suas origens e digo-vos, para quem gosta de festejar o dia 31 de Outubro, descobrem-se coisas fantásticas.

É um dos “feriados” mais antigos, depois do Natal, e um dos mais populares.

Claro que é dos mais populares, mesmo nos países onde não faz parte da cultura festejar o Halloween, festeja-se!

Tal como o Natal, o Dia dos Namorados e outros feriados, o Halloween foi comercializado.

Poucos ou nenhuns sabem o que está por trás desta celebração, é muito mais arrepiante que qualquer filme de terror.

O Halloween vem da cultura Celta, é festejado a 31 de Outubro, por ser este dia o último do ano Celta.

Tem raízes pagãs e originalmente o ritual das jack o’ lanterns, as fogueiras e as máscaras (que antes eram bastante mais assustadoras, vos garanto. A sério, não há zombie do Walking Dead que seja mais horripilante que aquilo), tinham como fim ridicularizar e afastar a morte, como que meter medo ao medo.

Em Portugal o verdadeiro, o genuíno Halloween é celebrado em Trás-Os-Montes, beeeem lá no norte, onde a cultura Celta prevalece um pouco.

Há procissões para recordar os mortos, há danças em volta de grandes fogueiras, as pessoas usam aquelas máscaras horripilantes, no fundo, é um ritual completamente pagão.

Nunca presenciei um destes rituais, mas está na minha lista de coisas que TENHO MESMO DE FAZER.

No resto das cidades, comemora-se uma coisa completamente diferente.

É só um motivo para festa, mascararmo-nos de quem não somos ou de algo/alguém que gostaríamos de ser. Não se liga à morte, apenas aos “mortos-vivos” que vemos no Bairro Alto e nas discotecas.

Não temos o hábito em Portugal de fazer o “trick-or-treat”, é simplesmente um motivo para festa e nos embebedarmos, mais nada.

Sinceramente?

Esta festa não me diz nada, como não diz aos que a festejam. Não deixo de gostar dela, apenas não a festejo.

Quem é que hoje em dia quer assustar a morte?

Leva-la para bem longe onde não possa tocar com os seus gélidos dedos na cara rechonchuda das nossas doces e inocentes crianças, nem que seja por um dia.

Quem é que tira um dia para homenagear os desconhecidos que morreram?

Sim, há dia de todos os santos e dia de finados, os que se dão ao trabalho vão acender velinhas ao cemitério.

Como disse antes, esta festa foi comercializada e perdeu o seu significado em maior parte do mundo.

Quando comecei a escrever esta crónica nunca pensei que me levasse para um “deeper meaning”.

Mas a verdade é que, as crianças não têm medo da morte, vêm-na todos os dias, os jovens têm mais o que fazer para perder um minuto a pensar na morte, os mais velhos, estão conformados.

Atenção, o que acabei de dizer não é uma verdade absoluta, claro que quando nos morre alguém o choque é avassalador, mas é apenas quando nos toca.

Aqueles dedos frios de morte passam pelo nosso cabelo e aquilo que pensamos que não tem boca sussurra-nos ao ouvido “Eu ainda existo”.

Nós é que não pensamos na morte.

Não estou a dizer para vivermos em medo, nada disso.

Apenas que este dia, 31 de Outubro deveria ser festejado como deve ser, como foi feito para ser festejado.

Devíamos tirar um dia no ano para nos lembrarmos dos desconhecidos que morreram, não só os patriotas, os famosos… Aqueles que a cada segundo morrem, aqueles que nos eram queridos e morreram.

Depois… depois devíamos ridicularizar a morte, rir na cara dela.

Já imaginaram quão poderosos nos podíamos sentir ao fazer isso?

Para acabar, mascarem-se com um propósito, festejem para dizerem que não têm medo da morte e que neste dia, ela não vos toca, cuspam na cara dela.

Festejem por esse motivo, não porque é “giro”.

Happy Halloween!