Qual é a melhor hora para ‘pinocar’? – Gil Oliveira

«Qual é o melhor dia para casar? Sem sofrer, nenhum desgosto. É o 31 de Julho! Porque a seguir entra A…gosto!» Assim que me lembrei do título deste texto, esta música saltou-me logo para mente. (O que é que a música tem a ver com o texto? Muito pouco! Mas lembrei-me e quis partilhar consigo. Eu sou assim, um gajo que gosta de partilhar!) E por falar em partilhas, vou partilhar consigo uma história pessoal mas que, muito provavelmente, também já aconteceu consigo.
Tenho a sensação que os meus vizinhos descobriram o ponto G do dia, para a prática do amor! E antes que o leitor me pergunte qual é eu digo-lhe já: é às 3h30 da manhã! E passo a explicar o que me levou a tirar tal conclusão:

Às 3h30 da manhã, de um dia qualquer, da semana passada, os meus vizinhos do lado começaram uma maratona sexual. Trau, trau, zimba, zimba, fony, fony… Uma alegria! E como se a barulheira que eles faziam (um granel do caraças capaz de acordar um morto) não fosse suficiente, eis que chega a polícia do ruído! A grande, fantástica, inigualável, vizinha do 2º andar!!

(Oiçam o que vos digo: esta mulher tem poderes super-auditivos… Se por ventura alguém deixar cair um papel no chão a 2km de distância, ela ouve! Se existe alguém no prédio que esteja a praticar o amor, ela sabe. Se o meu despertador toca mais de duas vezes e eu não me levanto, ela vem acordar-me. Ok, agora já estou a exagerar um pouco… Mas confesso que sempre que vou ao WC fazer a necessidade nº2, fico constrangido por saber que ela está ali… à escuta… a ouvir o intervalo entre o ‘ploft’ e o ‘splash’.)

Mas voltando ao busílis da questão. Estavam os meus vizinhos do lado no apogeu sexual, quando a vizinha do 2º andar (que mora por baixo deles) sai de casa – com o seu melhor pijama – e decide espancar violentamente a porta deles. PUMMM, PUMMM, PUMMM! Mas para azar dela, e meu, eles estavam a praticar o amor às 3h30. E quando se está a praticar o amor a essa hora não se consegue parar… Quanto mais PUMMM, PUMMM,PUMMM ela fazia na porta mais trau, trau, trau eles faziam lá dentro… Parecia uma sinfonia: PUMM, trau, PUMMM, fony, PUMMM, PUMMM, zimba, zimba!!!

Até que passados uns 10m de violência na porta e amor entre paredes, eis que chegam os vizinhos. Insultos para aqui, falta de respeito para ali e inveja para além, lá volta ela para a sua casa e eu para o meu sono.

Na 6ª feira passada, decidiram os meus vizinhos de baixo experimentar as maravilhas do sexo às 3h30 da manhã… TRAU, TRAU, ZIMBA, ZIMBA, FONY, FONY (e desta vez é com maiúsculas porque se ouvia melhor cá em casa). A polícia do barulho sai de casa disparada e vai tocar à campainha dos meus vizinhos… do lado! É verdade. A grande, fantástica, inigualável, vizinha do 2º andar com super-poderes auditivos falhou. Ela não conseguiu perceber de onde vinha o som dos móveis a bater, gemidos, ruídos e grunhidos. Mas desta vez os meus vizinhos do lado decidiram ignorá-la (talvez porque não estavam a fazer nada ou talvez porque não estivessem em casa) acabando os prevaricadores sexuais por escapar incólumes.

Ah malandros… Conseguiram fazer sexo às 3h30 da manhã sem serem incomodados pela polícia do sexo! E pior, quando os vi no dia seguinte tinham um daqueles sorrisos de orelha a orelha, que me fez pensar: Hum… Acho que amanhã também eu irei tentar praticar o amor às 3h30 da manhã. Pode ser que com um bocadinho de sorte a polícia do ruído pense que são os meus vizinhos do lado.

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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