Quando Uma Mãe Obriga o Seu Filho a Odiá-la – Júlio Silva

Assim como existe mães galinhas, que passam o tempo todo a paparicar os seus filhos, também as à, que têm acções pouco comuns contra os seus próprios filhos, o que levam estes a odiá-las de morte.

Foi um caso destes que eu ontem assisti, quando passava por uma rua, assisti a uma discussão entre uma mãe e um filho, onde pouco faltou para este filho não desancar a mãe, valeu-lhe o seu sangue frio e bastante serenidade. Se é que poderemos imaginar um desfecho mais tenebroso para esta mesma discussão.

O filho, vamos chamar-lhe de António, escusado será dizer que é um nome fictício, pois ele concordou em falar comigo desde que não mencionasse o seu nome verdadeiro, o que eu concordei e é compreensível. A convivência, entre António e a sua mãe, nunca foi fácil, pelo contrário, devido ao sistema problemático de sua mãe já o levou a ter problemas com a Justiça. Sendo o António o mais prejudicado no meio de tudo isto. Tudo começou à 50 anos atrás, após a nascença de António, que nasceu a 15 de Janeiro de 1963, sendo o António nessa altura o primeiro filho do casal. Viveu com os pais, cerca de 7 anos depois dessa idade e de uma passagem por Lisboa, regressou à terra de origem, onde viveu com os seus avós, até à idade dos seus 18 anos idade com que se casou. Perante isto ele, o António, sempre considerou os seus pais, não os biológicos mas sim os seus avós. Entretanto, nasceram mais dois filhos, ficando a ser o António o mais velho dos três, todos eles emigraram, um para a Europa, e os outros dois para a América do Norte. Por infortúnio do destino, o seu pai faleceu com 52 anos de idade, na América do Norte. Aqui a mãe do António, demonstrou uma insensibilidade desconcertante por este filho mais velho, em comparação aos restantes. Como tal, colocou à margem, não lhe dando a conhecer o quanto terá recebido de indemnização pela parte do seguro, pela morte do seu pai, cuja morte foi causada por um acidente de trabalho. Chegando a comentar, com o filho mais novo e ao tel, à frente da companheira de António, que este não sabia quanto ela teria recebido, e que nem precisava de saber. Ao saber destes pormenores, se a situação já era tensa com a sua mãe, ainda mais tensa ficou, mais se parecendo como uma bomba de dinamite se tratasse, faltando apenas acender o rastilho para que esta explodisse. O que por vezes, pouco faltou. Há três anos atrás, António palpitando que algo iria acontecer contra ele, preveniu-se e comprou uma arma caçadeira. O que António previu veio a acontecer, num dia de primavera. Quando António, um dia regressava a casa deparou com a sua mãe, a sua ex mulher o seu filho mais velho e a sua nora, numa reunião a falarem mal deste. Se um dizia mata o outro dizia esfola, entretanto já outro dizia, mata e enterra-o. António, ao se sentir ameaçado, e quase escorraçado daquilo que era seu, perante a Justiça do homem. Não esteve com meias medidas. Pegou na arma, fixa-a ao ombro, e puxou o gatilho da caçadeira e disparou dois tiros. Devido à curta distância dos disparos, foi considerado tiro à queima-roupa. Resultado o António foi julgado no tribunal civil, apanhou três anos de pena suspensa. Claro está, que o relacionamento do António, com sua mãe ficou de cortar à faca.


No entanto, a mãe de António, a cada dia que passa, começa a ficar mais intriguista e de uma falsidade sem ímpar, com as suas intrujices e mentiras e do houve aqui e conta acolá, consegue colocar os filhos de António em numero de 5 contra o pai (António). A cada dia que passa este começa a perceber, o jogo de falsidade da mulher que diz ser sua mãe, e apercebe-se que está pisando um campo de minas. E o inevitável aconteceu, o rastilho lento que à muito já estaria aceso, ardeu por completo ao final da tarde de ontem. Entre troca de ofensas verbais, o António explodiu, e disse tudo o que sentia à sua velha mãe acabando por até lhe desejar a morte. Afirmando no calor da discussão, que jamais lhe perdoaria, as ofensas que a mãe lhe dirigira a ele. A verdade, é que para quem se encontrava de fora desta discussão, reparou que do amor até ao ódio são dois curtos espaços. A mãe de António, já de noite avançada reuniu todos os seus netos, e com o apoio destes foi fazer uma acusação à GNR, sem que o dito António tivesse conhecimento desta situação, o que por si só piorou a situação. Não pela participação, uma vês que a GNR que atendeu a Senhora viu que esta não teria razão nenhuma, e nem sequer registou nada do que a senhora terá dito. Mas na cabeça maldosa da mãe de António, já dizia à boca cheia que o seu filho António iria preso, colocando-o de rastos na vizinhança. O António, hoje mais calmo e sereno dirigiu-se hoje de manhã à GNR, procurou junto das Autoridades do que era acusado, saindo do posto da GNR mais tranquilo do que entrou pois ficou sabendo que não era acusado de nada. De qualquer modo, o António em 24 horas, considerou a sua mãe morta, fez-lhes as exéquias (o funeral) e enterrou-a, mesmo ela estando viva, ainda agora a esta hora. Resumido e concluindo o António, ficou órfão de mãe por sua decisão.

A tudo isto, eu digo, “Quando uma mãe obriga o seu filho a odiá-la.” O melhor é imaginar que já não tem mãe.

Crónica de Júlio Silva
A opinião de Júlio Silva