Que é isso, gente? – Marco Aurélio Cidade

Normalmente utilizo este espaço para escrever sobre publicidade, marketing e assuntos ligados direta ou indiretamente à área, já que este é o segmento onde atuo, já que esta é a minha profissão há mais de trinta e cinco anos.

Hoje no entanto, me permitirei abordar um assunto que, confesso, me incomoda muito: a mentalidade negativa.
Acabo de ler uma pequena matéria de um profissional do setor gráfico que me deixou arrasado dado ao negativismo da mesma. Palavras fortes, impactantes e de uma negatividade enorme: morrer, drasticamente, sobreviver, débeis, fome, doença, bocas a alimentar, condenar e outras mais.

Muitos hão de questionar o porque de eu ficar tão incomodado com tais palavras. Explico: não são bem as palavras, uma vez que damos a ela um sentido positivo ou negativo, de acordo com o que escrevemos ou pela maneira que falamos. Fato é que, dependendo da maneira como construímos nosso texto a carga emocional positiva ou negativa aumenta ou diminui. No caso deste executivo, o impacto negativo que o seu texto causou em mim (e creio que em muito mais leitores) foi grande dado à sua mente negativista.

Gente, o que é que há? Não adianta ficar constantemente repetindo que isto está péssimo, onde iremos parar, vamos todos morrer à mingua, não aguentamos mais e outras frases ou palavras que só enterram mais quem as profere num poço lamacento, num caminho sem volta.
Ser positivo é fator primordial para termos uma vida melhor, mais saudável, compatível com nossos pensamentos, por assim dizer.

Já sabemos o que sai na mídia,. Já sabemos que o mundo está em crise. Já sabemos que temos que nos esforçar muito para que as nossas vidas sigam num bom rumo. Os esforços serão sempre necessários e reclamar, xingar, difamar, aterrorizar, desestimular, ter um pensamento negativista, de nada serve.

Venho de um país onde o otimismo é lugar comum. Mesmo em épocas de crise, como tantas as que o Brasil já passou, sempre tentamos ter uma mente aberta, positiva, otimista. E sempre fazemos por onde modificar a situação para melhor, seja com palavras, com atitudes ou na porrada mesmo, como foi na época Collor.

O que eu sei é que de nada adianta ficar se lamuriando e alimentar uma postura depressiva o tempo todo.
“- Bom dia! Tudo bem?” Digo eu ao homem do talho ou ao motorista do autocarro ou a qualquer pessoa , não importa quem.
“- Tem que estar. “ Responde o outro.”
Aí eu pergunto: “tem que estar”, por quê?
É difícil dizer “tudo bem, e com você?”
Simples assim.
Eu tenho uma tia que sempre quando eu ia sair e me despedia com um “- Tchau, tia!” ela me respondia dizendo prolongadamente a palavra: “ – Cuidaaaaaaado!”
Aquilo soava tenebrosamente em minha cabeça. Era quase uma sentença de morte. Terrorismo puro.
Cuidado por que? Não dava pra dizer “- Tchau! Divirta-se.”
De tanto ela falar isso, eu um dia não aguentei e soltei: “ – Vem cá, não dá pra senhora parar de me agourar, não? Não dá pra dizer um divirta-se, aproveite, seja feliz?”
É preciso ter bons pensamentos e atitudes positivas. Reclamar, agourar, deprimir, ter o tempo todo um comportamento “down”, é morte lenta. E sabe por que morte lenta. Porque você vai deixando de se entusiasmar, de se espantar, de se admirar. E quando isso acontece você deixa de ser feliz.

É como você comentar todo contente com alguém sobre o dia lindo que está fazendo e ouvir como resposta uma “- É, mas eu ouvir no rádio que o tempo vai mudar e vai chover. “
Isso é demais pra mim. Não consigo ser pessimista. Não consigo ser assim. Ter uma expectativa positiva em relação a tido na vida só nos dá mais vida. Ser derrotista apenas nos ceifa a vida.

E você? Quer viver ou morrer? Bom, aí já é uma decisão sua.
Eu, aqui pra nós, prefiro viver. E se ainda não está do jeito que eu quero, vou fazer tudo para ficar.


Crónica de Marco Aurélio Cidade
(publicitário, redator escritor e professor)
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