Reality show fora da box – Maria João Costa

Já se imaginaram sem a caixinha mágica no móvel da casa? Pois, não imaginaram, e quando ela avariou pela primeira vez foi um stress maluco. Era uma urgência ter os técnicos da Meo, da Zon ou de outra coisa qualquer dentro de cinco minutos, e se isso não acontecia era certo e sabido que ia tudo para o quarto mais cedo. Mas isso, nós já sabemos, só não pensamos muito ….como na maioria das coisas que fazemos.

A televisão é um reality show constante, e mais do que nunca precisamos de reality shows. De nos metermos numa vida que não é a nossa, e que no fundo também não nos interessa. Mas precisamos dela.

Vendem-nos sonhos, e histórias reais que fazem chorar as pedras da calçada só para pensarmos que há sempre alguém pior do que nós; vendem-nos opiniões e ideias formatadas e ainda se dizem imparciais; e não, nos vendem sonhos, vendem-nos conteúdos que a partida vão ser consumidos desenfreadamente por si e por mim. A audiência que eles tanto procuram e lutam por alcançar.
E nós consumismos, pedimos sempre mais, comentamos, criticamos e durante duas horas por dia vivemos a história dos outros de uma forma descomplicada. E apesar dos estudos que avançam que ver televisão em demasia pode encurtar a expectativa de vida, nós ignoramos, porque estamos a aumentar a esperança de vida de muitos que ainda têm emprego – mas nisto nós também não pensamos.

A nossa vida deveria de ser um reality show. Ou já não o é?



Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!