Uma reflexão: Nobel, Literatura, Política, Paz, Dylan e Adonis

Hoje é a propósito da atribuição dos Prémios Nobel de 2016, e até da polémica atribuição do Nobel da Literatura, que gostaria de refletir convosco.

Embora tenha tido uma primeira opinião radical, e consistente, sobre esta última atribuição que referi acima, e que vai ao encontro de muitas, e contra outras tantas, consegui depois, pensar de forma absolutamente oposta, indo ao encontro de outras formas de pensamento e julgamento sobre este prémio.

Gosto de fazer este exercício, confesso, de observar e analisar as coisas sob vários pontos de vista, tentando perceber todos os que defendem uma posição e outra, um lado e outro, e tentar colocar-me num lugar e no outro e interiorizar os argumentos que me parecem válidos de ambas as partes.

Depois deste exercício, posso, ou não, manter a minha posição inicial sobre o tema, mas fico com a consciência de que dei uma oportunidade a mim própria de pensar de forma diferente, e, por outro lado, de perceber aqueles e aquelas que claramente se posicionam de um ou de outro lado.

Não, não vou escrever alimentando a polémica se devia ou não ser feita a atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan (nome artístico) ou a qualquer outro candidato que foi rejeitado este ano pela Academia.

Existem bons fundamentos para defender esta atribuição, como para não a defender e rejeitar em absoluto. Também não vale de muito “puxar pelos galões” dos que defendem ou dos que o condenam, porque existem “galões e patentes” para todos os gostos, umas mais altas e outras mais baixas, e a maioria dos argumentos são válidos, mesmo que indo em sentidos opostos.

Prefiro fazer uma breve reflexão em torno de três eixos da atribuição do Nobel.

1.Por um lado numa perspetiva política, que é quase sempre inerente à atribuição do prémio.
A atribuição dos prémios Nobel, como tantos outros, deixam claras mensagens políticas para quem está mais atento.
No caso do prémio Nobel da Literatura, o facto de se escolher Dylan, numa clara mensagem política , para mim, “anti-Trump”, em época marcada pelas esperadas eleições nos E.U.A., onde na corrida à Casa Branca entre Hilary e Trump, as declarações deste último candidato tomam contornos graves pela marcada xenofobia, agressividade, repressão, machismo, e “aberrações várias” de uma forma geral, por parte do candidato Trump, que violam a mais básica ética humana e o bom senso, bem como são atentados aos direitos humanos de uma forma geral, e nos sentido mais específico são verdadeiros ataques aos direitos das mulheres e aos direitos das minorias.
Por outro lado o facto de termos uma Academia que não escolhe o autor oriundo da Síria, Adónis, candidato com mérito imenso, e, para muitos especialistas da área da Literatura um merecido vencedor se fosse o escolhido, representa uma posição não muito clara acerca da situação grave que se tem vivido na Síria, denotando-se pelo menos, e em minha opinião, uma não preocupação em dar um sinal relativo à guerra síria e aos contornos graves que assume a situação dos refugiados que tentam escapar à guerra, situação grave a que a Europa ainda não conseguiu dar eficaz resposta humanitária, nem tampouco a comunidade internacional.
A escolha de Dylan não é má, mas parece desnecessária, sob este ponto de vista. Vários artistas consagrados nos E.U.A. têm feito esse papel, e tem repudiado, um por um, e no seu conjunto, Trump e as suas declarações e intenções. Sem novidade nem urgência portanto o sinal dado no prémio a Dylan, para quem vê nestes prémios dimensões que ultrapassam a essência daquilo a que se propõem à primeira vista.
A não escolha de Adonis, parece ser um mau sinal, no entanto, quer sob o ponto de vista literário, quer sob o ponto de vista do contributo para o desenvolvimento da Humanidade, quer ainda, e não menos importante, nesta pequena análise, na sua dimensão política.

2. Por outro lado, uma reflexão num segundo eixo que é o da importância do prémio enquanto consagração de autor, na perspetiva literária e de carreira.
Pensemos pois no que hoje o Nobel significa na vida de quem o ganha, e na dimensão artística e de reconhecimento que inevitavelmente lhe está associado, o que se traduz no que tal representa para o autor galardoado.
Muitos autores, conhecidos apenas em determinados nichos literários, ou apenas em países de expressão na língua onde escrevem originalmente, passam a ser conhecidos internacionalmente, lidos e procurados os seus livros, a partir de um prémio literário…Se esse prémio é um Nobel, isto representa uma elevada consagração para o autor ou a autora que escolhe a Academia sueca.
Este ano, para além dos eternos candidatos na lista dos 150 nomes mais prováveis para o Nobel, o já referido autor e poeta Adonis, nascido na Síria, era um dos candidatos que colhia larga simpatia entre os especialistas na área da Literatura. Eram aceitáveis ainda nomes como Ngugi Wa Thiong”o, oriundo do Quénia, ou Ko Un, da Coreia do Sul, e ainda o norueguês Jon Fosse.
Os nomes que são sempre avançados, para além destes que eram tidos como uns dos preferidos para este ano, passam por António Lobo Antunes, um dos nomes mais reconhecidos para escrita em língua portuguesa, Mia Couto,moçambicano que desde há dois anos figura na lista como um dos que um dia poderá lá chegar, o japonês Haruki Murakami, e muitos outros nomes onde alguns dos mais antigos escritores, como Milan Kundera ainda figuram como “eternas hipóteses”, e outros nomes desconhecidos do grande público também.
Uma coisa parece ser certa, qualquer um deles, escritor, beneficiaria e daria especial relevo, parece-me, a um prémio deste género, que consagrasse a sua obra literária, muitas vezes de uma vida dedicada à Literatura e, frequentemente, sem o merecido reconhecimento…
No caso concreto da Literatura, parece-me óbvio que para Dylan este prémio representa quase “zero”…
Um músico pode ser, e frequentemente é, um poeta, mas quase sempre compõe por paixão, e o poema surge como para “alfabetizar” a música, e não o inverso…
É da música que faz que bebe a vitalidade de todo o seu ser…
É a música que cimenta o seu pensamento, a sua voz, e é à música que dedica toda uma vida.
Um Grammy por exemplo, é uma das mais almejadas distinções para um músico de determinado estilo. Dylan já o obteve, claro, e mereceu-o.
Já para o escritor, a poesia ou a prosa, é a música que sente na alma, aquilo que sonha e conta, aquilo que torna inimaginável que possa viver sem escrever…
O ritmo das palavras ecoam na sua mente, vai criando e vivenciando o que escreve.
Pode ser escritor e músico, claro. E se assim for, só o próprio ou a própria poderá responder onde dá mais de si, onde pretende maior reconhecimento, se é que o pretende.
Muitas vezes escreve-se para si mesmo, antes de mais… sejam palavras, sejam notas…
Para uns e outros, é das palavras ou das notas que bebem a vida, o bálsamo de que necessitam está no que escrevem, no que são…
Dylan distinguiu-se sempre na Música, certamente escreveu poesia, a que alguns chamariam de “poesia musical”, como se tratando daquela que só fica bem cantada…tocada e ouvida…sempre ao som das notas musicais.
Um prémio Nobel da Literatura pode ser bem recebido, certamente, ou nem por isso, mas não representa um impulso na carreira mais do que consagrada de Dylan, hoje com 75 anos, avô de 8 netos, declarando-se como o “melhor avô do mundo” numa faixa colocada no seu carro, bem ao estilo americano, que vive a vida da forma que mais lhe agrada, e que pode até “dar-se ao luxo” de não atender o telefone que toca a partir de Estocolmo, o que, por acaso até foi verdade, e assim é, pelo menos até à data de fecho desta edição de texto.
O desprezo que Dylan denotou numa primeira abordagem ao Prémio da Academia, pode não ser desprezo e ser por um qualquer motivo que desconhecemos neste momento.
Mas, com razão que o justifique, ou apenas por opção, é uma espécie de justiça providencial, perante uma Academia que foi galardoar o autor que menos precisa desta consagração, desprezando tantos outros, apenas escritores, e com mérito e provas dadas de qualidade literária, que esperavam com ansiedade e reserva que o telefone pudesse ter tocado… Uns, tantos e tantos, que vivem apenas com a sua escrita, desiludiram-se na manhã em que a partir de Estocolmo o telefone não tocou. Enquanto isso Dylan não atendeu…para já…
Curioso lembrar Satre, que outrora recusou o Prémio da Academia, num claro protesto por razões que agora não importam neste texto, mas que não deixam de ser interessantes, e até de revelar um pouco sobre o que o Nobel afinal representa, do ponto de vista crítico.
Não sabemos ainda o que Dylan fará, mas seja o que for, já demonstrou claramente que não precisa da Academia Sueca para nada, e se vai agradecer ou ignorar, apenas ele o poderá dizer, quando quiser. O homem sobrepôs-se ao Nobel?… Talvez…
Talvez porque o Nobel tenha falhado na vertente que permite reconhecer autores que necessitam desse reconhecimento porque precisamente não atingem milhares de pessoas, ao longo de anos de vida, como o fez Dylan.
É que a literatura, sobretudo em certos países do mundo, alcança de facto menos pessoas, e não é por isso menos digna, precisa isso sim de novos impulsos e investimento…
E o Nobel pode bem servir para esse efeito…fazendo com que literatura de qualidade chegue a mais locais do mundo. Desta vez preferiu não o fazer. Consagrou quem já era por demais consagrado, e quem não precisa, para nada, do Nobel da Academia para a Literatura.
Se fez bem a Academia?… Pois essa resposta não a tenho. O tempo o dirá, talvez.
Até 10 de Dezembro, dia em que a Monarquia sueca se ocupará da entrega dos prémios, tudo ficará certamente mais claro, no que se refere à distinção na área da Literatura. Até lá, veremos o que Dylan fará. Seja como for o prémio é dele, quer o receba presencialmente, quer não.
Entretanto escritores, editoras e livreiros que teriam agradecido uma outra escolha nesta área, por parte da Academia, que representasse um novo impulso para vendas, leituras, novas edições, e divulgação internacional, ficam a aguardar o próximo ano.
Alguns esperam uma vida.
Dylan já vendeu tudo o que quis…vender mais, ou menos, não deve fazer grande diferença nesta fase da sua vida, sobretudo porque é a sua música que mais vende…e é lá que está a poesia, que, obviamente, dispensa apresentações.
Dylan é um ícone, da música e do pacifismo, da “onda Woodstock”…O único que se “deu ao luxo” de não estar na primeira edição deste Festival de enorme simbolismo, tendo sido um dos mais emblemáticos artistas do mesmo festival…
Numa reedição do festival, no entanto, esteve presente, e mostrou porque foi símbolo do pacifismo, do feminismo e do Amor livre…
A sua música, os seus poemas, dispensam o Nobel, seguramente…
Provavelmente o nobel teria mais a ganhar se tivesse escolhido um outro autor…não sei…

3. Finalmente, no terceiro eixo de análise, num texto que teima em se alongar, uma breve reflexão sobre Alfred Nobel e no que ele deixou em testamento, sendo objetivamente esta a dimensão mais verdadeira, se quisermos, da origem do Prémio Nobel.
Neste último sentido, sabemos que Alfred Nobel, ao falecer, deixou em testamento que gostaria de criar um Prémio anual para pessoas que se distinguissem em cinco áreas, mas sempre como reconhecimento do seu trabalho em prol da Humanidade.
No seu testamento era clara a vontade de aplicar o dinheiro que deixava na criação de uma fundação que premiasse anualmente as pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento da Humanidade.
Quando em 1900 nasceu a Fundação Nobel, ela passou a distinguir cinco áreas específicas – Química, Física, Medicina, Literatura (atribuídos por especialistas suecos) e Paz Mundial (atribuído por uma comissão do parlamento norueguês).
Mais tarde, em 1969, também a área da Economia passou a ser distinguida pelo Prémio de Ciências Económicas, mas não é suportado pela Fundação Nobel. Este último prémio é atribuído de igual forma pela Academia Real das Ciências da Suécia, mas suportado pelo Banco central sueco, que financia o prémio com dinheiros públicos (atribuição de uma medalha de ouro e um diploma Nobel ao vencedor, variando a importância do prémio consoante as receitas da Fundação Nobel desse ano), em memória de Alfred Nobel e em sua homenagem.
Ou seja, o prémio Nobel se atribuído de acordo com o desejo original de Alfred Nobel, será sempre referente às cinco áreas referidas acima, mas tendo em conta essencialmente o contributo do galardoado e da sua obra para a Humanidade.
Quando me detive a pensar um pouco sobre este aspeto, pensei que muitos dos prémios atribuídos ao longo dos tempos, no plano literário, “chumbam” miseravelmente neste último aspeto, que é na verdade o mais importante no legado de Nobel…
Posso sempre alegar que a Literatura é sempre um contributo para a Humanidade, no entanto, o que jamais deixará de ser verdade.
Fico satisfeita com este pensamento.
Mas sabemos bem que assim não é.
Nem sempre as produções literárias contribuem para o desenvolvimento da Humanidade…
Por vezes até perigam o seu avanço e têm o poder de provocar retrocessos graves.
Felizmente obras com estes traços não são premiadas habitualmente, o que nos deixa a todos mais descansados, creio.
Voltando ao Nobel da Literatura, durante muitos anos, prémios literários foram atribuídos no sentido purista da Literatura…sentido este com o qual concordo inteiramente, em qualquer prémio literário que obedeça a parâmetros específicos e que obrigue os trabalhos a concurso a cumprir com os pressupostos, sob pena de serem desqualificados.
Claramente o Nobel não visa isto. Analisa e avalia a obra de autores que ao Nobel são proposto ou se propõem, sem parâmetros muito específicos do ponto de vista literário.
As escolhas que têm sido feitas ao longo dos anos, estão indissociadas frequentemente de um certo “purismo literário”, ou seja, da clássica avaliação da obra, da qualidade literária inegável, ainda que muitas vezes a obra não contribua grandemente para o desenvolvimento da Humanidade.
No Nobel da Literatura este contributo pode não ser muito claro efetivamente.
Os Prémios Nobel da Química, Física, Medicina, e, sem dúvida, o da Paz, estão quase de forma intrínseca associados ao progresso da Humanidade e ao seu desenvolvimento…
Estão inexoravelmente ligados a este progresso porque vivem para isso na sua essência mais pura.
Por outro lado, na Química como na Física e na Medicina, o mau aproveitamento de uma descoberta, como o foi quando do aproveitamento de descobertas e experiências sobre o átomo de hidrogénio e a sua aplicação na bomba atómica, com fins militares. A consciência deste perigo levou Einstein e outros cientistas da época a assinarem um documento onde repudiavam o mau uso desta descoberta, e afirmavam claramente que os seus objetivos eram os da Ciência em prol da Humanidade, e nunca com fins militares ou de uso destrutivo.
O Nobel consagra os cientistas e investigadores nestas áreas, por trabalhos que claramente tendem a beneficiar a Humanidade, cumprindo aquilo a que se propõem: premiar o mérito da área específica e respeitar que o mérito está indissociado do contributo para o desenvolvimento da Humanidade. Já cometeram erros no passado no entanto, e como um deles foi atribuído a um médico português, pela Lobotomia, médico que dispensa apresentações, escuso-me a comentar mais sobre este tema nesta crónica. Erros são cometidos pela Academia, evidentemente.
Voltando ao Nobel da Literatura, o contributo para a Humanidade não é claro nem tão óbvio assim, logicamente.
No entanto, neste caso de Dylan, curiosa e paradoxalmente, este é um dos critérios que é cumprido…
Não foi de acordo com este critério que a Academia consagrou Dylan, segundo a própria e a justificação da atribuição do Nobel da Literatura de 2016, mas, e apesar da polémica instalada sob a perspetiva do “purismo literário” ( de que honestamente até sou fã – do purismo literário note-se), a obra de Dylan cumpre no que ao “contributo para o desenvolvimento da Humanidade” se refere.
A dimensão simbólica da sua obra em prol dos direitos humanos, da liberdade, do amor e da paz, é inegável.
Uma nova forma de expressão poética, de acordo com a Academia, que constitui, na sua essência, um imenso contributo para o desenvolvimento da Humanidade.
As letras de muitas das suas músicas, são verdadeiros hinos à Paz e à Liberdade, à defesa do Mundo e da Vida, dos Direitos humanos, defensoras do feminismo, do Amor livre, da Igualdade.
Se são do ponto de vista literário bons poemas, boa escrita? Merecedores do Nobel da Literatura?…
Uns dizem que sim. Outros, claramente que não.
Se a obra contribui para a Humanidade?
Inegável. A obra de Dylan, o enorme vulto da música norte americana, ícone das lutas pacifistas e da liberdade, é um contributo imenso para a Humanidade.

Encerrada esta questão, que deixo para vossa reflexão, não sei se Dylan não merece o prémio ou se o prémio não é merecedor de Dylan…
Se na poesia certamente muitos autores seriam mais do que perfeitos e merecedores de um prémio literário deste género, que os consagrasse e levasse a sua escrita aos quatro cantos do Mundo, e a poesia de Dylan não está tão elevada para muitos, do ponto de vista meramente literário, e numa perspetiva mais purista e ortodoxa ou conservadora, é inegável que o gigante da música é um poeta musical de renome, um símbolo vivo da Paz e do Amor Livre, que dispensa apresentações e que não precisou da Academia para qualquer reconhecimento…

Goste-se ou não, Dylan chegou aos quatro cantos do mundo, levando a sua poesia através da música que universalizou…

A Academia, no entanto, talvez tivesse dado um maior contributo e impulso à Literatura, se em vez de inovar, no meio de uma mudanças de cadeiras “de última hora” relativa aos especialistas que avaliam este prémio, recorrendo ao nome de Dylan, desse eventualmente o justo mérito a Adonis, e o consagrasse Nobel da Literatura, pela poesia e criação literária de excelência.

Nesta escolha, também poderia ter havido uma nova luz sobre a guerra da Síria e as falhas sucessivas da comunidade internacional, e essa oportunidade foi perdida, do ponto de vista político que estes prémios sempre trazem consigo.

Curioso também pensar que uma das candidaturas ao Nobel da Paz, que não foi premiada, referia-se a um grupo de ação humanitária e salvamento em cenário de guerra, no terreno sírio…

Ao invés premiou-se o Presidente da Colômbia, pela tentativa, note-se que falhada por chumbo em referendo, de levar as FARC a uma eventual integração na vida política parlamentar.
Uma viragem para o lado de lá do Atlântico, que poderia ser salutar, mas que quase parece ocultar na perfeição a chamada de atenção para as falhas sucessivas nas políticas europeias e da comunidade internacional na guerra síria e na situação urgente e caótica dos refugiados. Sobre estas causas poderia ter havido uma nova luz se justamente Adonis tivesse ganho o merecido prémio Nobel da Literatura, ou se o grupo humanitário e de salvamento que opera no terreno sírio tivesse sido galardoado com o prémio Nobel da Paz.

Fica a nota, para uma reflexão.
Parabéns aos premiados, e haja alguma relativização do que é afinal o Nobel e a Academia sueca.